Polícia e usuários de drogas entram em confronto na Cracolândia
CINCO FERIDOS Policiais militares e dependentes químicos entraram em confronto na tarde de ontem, na Cracolândia, região central da capital paulista. Os usuários de drogas fizeram barricadas e atearam fogo para impedir o avanço das forças de segurança. Já os policiais usaram balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Ao menos cinco policiais militares e um fotógrafo ficaram feridos.
Segundo informações da Polícia Militar, a confusão começou após a prisão de dois suspeitos (de roubo e tráfico) na Alameda Barão de Piracicaba. Um grupo de pessoas foi para cima dos agentes da Guarda Civil Metropolitana que efetuaram as prisões. Acuados, os agentes buscaram apoio do Corpo de Bombeiros. Ainda de acordo com a PM, dependentes químicos jogaram pedras e paralelepípedos em direção aos bombeiros. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirma que “cerca de 300 pessoas se aglomeraram e começaram a atear fogo em lixo, arremessar pedras e outros objetos contra a PM”.
O coronel Alexandre Gasparian, comandante do policiamento na área, afirmou que um grupo de usuários de drogas também tentou invadir o Corpo de Bombeiros. A Força Tática e o Grupamento Aéreo foram enviados à região para reforçar o policiamento. O fotógrafo Dario de Oliveira foi baleado na perna. Socorrido por moradores e comerciantes da região, ele foi levado ao hospital pelos bombeiros. Segundo o relato de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos que estavam no local, o tiro partiu do chamado fluxo. Não se sabe se a bala era de fogo ou borracha. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou nota na qual diz repudiar a agressão aos profissionais de imprensa feridos. “Mais uma vez, é inaceitável que o trabalho da imprensa esteja tão vulnerável aos ataques de agentes públicos que deveriam zelar pela segurança da população”, afirma a entidade na nota.
A sede da Guarda Civil Metropolitana, localizada na Alameda Dino Bueno, na regão da crocolândia, montou uma linha de bloqueio para evitar o avanço dos dependentes sobre os agentes. Outro grupo de dependentes químicos tentou ocupar a Rua Helvétia, mas foi impedido por um bloqueio feito pela PM. A tensão continuou até os grupos de dependentes químicos se dispersarem.