24h Temer nomeia deputado do PMDB para Justiça e abre crise no partido
NOVO MINISTRO Em meio a críticas e ameaças de racha por parte da bancada peemedebista na Câmara, o Palácio do Planalto confirmou ontem o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) como novo ministro da Justiça. A nomeação foi confirmada pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola. Segundo ele, o presidente Michel Temer expressou “plena confiança” na capacidade de Serraglio para conduzir os trabalhos da pasta. “Jurista e congressista com larga trajetória parlamentar na Câmara dos Deputados, o deputado traz sua ampla experiência profissional e política para o trabalho de levar adiante a agenda de atribuições sob sua responsabilidade”, afirmou Parola. Serraglio substitui Alexandre de Moraes, nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) por indicação de Temer. No quinto mandato consecutivo de deputado federal, Serraglio agora terá sob seu comando a Polícia Federal, um dos braços da Lava Jato. Para o novo ministro, a operação “é intocável” e não sofrerá interferências. Na Câmara, o peemedebista presidia a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), posto ao qual chegou por indicação do então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos presos pela Lava Jato, de quem acabou se afastando. A nomeação de Serraglio deflagrou um princípio de rebelião na bancada do partido, liderada pelo PMDB de Minas Gerais. “Estou rompendo com o governo e vou colocar toda a bancada de Minas para romper também. Se Minas não tem ninguém capacitado para ser ministro, não devemos apoiar esse governo. Vou trabalhar no plenário para derrotá-lo em tudo”, disparou o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG). A bancada mineira defendia o nome do deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). O peemedebista, porém, perdeu força para ocupar o cargo, após virem à tona críticas ao poder de investigação do Ministério Público. Ao saber da reação de Ramalho, Temer ligou ontem para o deputado. O presidente disse não poder nomear Pacheco, mas prometeu recriar um ministério para os mineiros. O deputado não aceitou a oferta e ratificou o rompimento. “Que seja feita a vossa vontade”, teria dito Temer, de acordo com o próprio Ramalho.