A bordo com Claudinha
Claudia Leitte não dá ponto sem nó - e olha que essas são as palavras dela. No Carnaval do ano passado, a loira já sabia como viria para a folia de 2017. Naquela época, em cima do trio, escutou de alguém que a multidão que a acompanhava parecia “um mar de gente”. Bastou isso para que ela decidisse o tema deste ano: Claudia Leitte A Bordo.
“Pensei: ‘quero navegar nesse mar’. O mar de sorrisos. E a gente veio com o navio elétrico”, contou a cantora, na tarde de ontem, referindo-se ao trio Estrelar - transformado em um cruzeiro.
Ela se preparava para começar a comandar o navio elétrico na abertura da programação do Circuito Dodô (Barra-Ondina) e na estreia do bloco Blow Out, do grupo San Sebastian. Pontualmente, às 15h15, a cantora - vestida com um maiô de salva-vidas vermelho, da grife cearense de moda praia Água de Coco - deu o aviso aos navegantes.
“Senhoras e senhores, esta é a última chamada para a viagem mais eletrizante do planeta”, disse, primeiro, em inglês. Depois, em português, continuou: para delírio dos cerca de 2,5 mil foliões do bloco, avisou que, em casos de emergência, respirações boca a boca seriam a saída. Os integrantes do bloco vestiam um abadá diferente: eram seus próprios coletes salva-vidas. Para completar o clima de transatlântico, toda a equipe de Claudia vestia branco.
“Bem-vindos à melhor viagem da sua vida. Bem-vindos ao navio elétrico. Estou aqui para servi-los com amor e alegria”, continuou, antes de começar a entoar I Will Survive, eternizada por Glória Gaynor. As surpresas estavam só começando. “Já vou começar com emoção porque eu amo fazer isso e não dou ponto sem nó. Vou botar para lascar”, tinha prometido Claudia, ao CORREIO, pouco antes.
‘CRUZEIRO DA LOUCA’
Mas a música internacional ficou só no início. Imediatamente, Claudinha resgatou seus próprios clássicos e de outros nomes da música baiana. Veio Cai Fora, Eu Fico e Doce Desejo. Para os fãs que a acompanhavam, revelou: “É o cruzeiro da louca!”, brincou, antes de começar sua atual música de trabalho - Taquitá. E não era só ela: o público também ‘tavaquitava’ e acompanhava cada palavra. E ainda vieram várias - Matimba, Corazón, Extravasa...
“Ela contagia! Vou passar os quatro dias (de Carnaval dela) e cada show vai ser diferente”, disse o DJ Roger Viana, 29. Em seu primeiro Carnaval em Salvador, veio de Juiz de Fora (MG) para acompanhar Claudia. “Os outros fazem diferente, mas ela inova.”
A estudante Rayne Alencar, 18, veio do Rio de Janeiro (RJ) com outras quatro amigas. Cada uma segurava um cartaz com uma declaração de amor à cantora. “Ela se preocupa com todos ao redor. Com os fãs, com a família. Ela é muito coração”, disse Rayne. A amiga Mariana Martins, 22, gostou do estilo de navio. “Gostei do abadá também. É diferente e serve para todo mundo.”
Ao lado das amigas Letícia Elias, 26, e Gabriella Pimenta, 18, a secretária Rosiane Ferreira, 26, mostrava a tatuagem com a marca de Claudia Leitte que ostenta nas costas desde 2008. “Só faltava vir aqui em Salvador”, contou ela, natural de Juiz de Fora.
Para o contador Jonata Vieira, 23, a saída no Blow Out foi ainda mais especial. Depois de oito anos, ele finalmente iria conhecer sua musa. Jonata foi o vencedor de uma promoção do Me Salte, o canal LGBT do CORREIO, que levaria o sortudo para cima do navio elétrico de Claudinha.
Antes de subir no navio, Jonata segurava um macaquinho de pelúcia, que entregaria de presente para Claudia. “Comprei na época do último Festival de Verão no Parque de Exposições (em 2015), mas nem consegui chegar perto.” Natural de Aracaju e radicado em Salvador, lembra quando escutou duas mulheres criticando Claudia na praia de Atalaia, na capital sergipana.
“Comprei os CDs e percebi que era o contrário. Claudia tem brilho próprio”. Até ontem, só tinha saído uma vez no bloco dela: o Largadinho, em 2014. “Sou um fã que vê mais pela TV, que nem sempre tem condição de comprar o bloco.” Mas, este ano, vai extravasar: ainda segue a pipoca da loira hoje, na Barra, e volta com o Largadinho amanhã.
Claudia, por sua vez, agradeceu ao CORREIO. “Eu quero agradecer a vocês por me levarem mais para perto do meu público. Fã, para mim, é diminutivo de família, uma família que cresceu. Obrigada a vocês por trazê-lo aqui. Espero que ano que vem vocês tragam um bocado”, brincou.