Atendimentos por diminuem
Os dois primeiros dias do Carnaval tiveram menos atendimentos médicos por agressão nos postos de saúde dos circuitos, informou o secretário municipal de Saúde, José Antônio Rodrigues Alves. Foram 69 ocorrências registradas de agressão física em 2016 e apenas 40 em 2017. Mais da metade desses casos é consequência de murros.
No caso de ferimentos por arma branca (pedra, latas e facas), a redução foi de 43,9%, passaram de 41 em 2016 para 23 em 2017. O gestor acredita que o fato se deve ao maior número de atrações sem cordas, o que aumenta o espaço disponível para o folião pipoca.
Estes números “puxaram” para baixo a redução de atendimentos nos circuitos, que passaram de 538 em 2016 para 374 em 2017. A maior parte deles aconteceu no circuito Barra-Ondina (mais de 60%). O posto que teve a maior redução de atendimentos foi o do Morro do Gato, com queda de 60% na demanda, seguido pelo posto da Rua Sabino Silva, que teve redução de 31,8%.
Na contramão da tendência, o único posto que teve crescimento de atendimentos foi o da Avenida Ademar de Barros. “Isso é compreensível porque ele fica no final do circuito, as pessoas chegam até lá extenuadas e depois de ter consumido muito álcool”, explica o secretário.
GRAVIDADE
Apesar da queda nas agressões, dois casos graves foram registrados. Um folião pipoca foi assaltado em frente ao Shopping Barra e foi espancado. O rapaz foi levado até a Unidade de Pronto Atendimento de Brotas com lesões graves. Na Ladeira de São Bento, um jovem de 22 anos foi agredido e teve uma perda de massa dentária, laceração das amídalas e passou por uma cirurgia bucomaxilofacial. No total, foram até agora 39 atendimentos deste tipo, 35% a menos que no ano anterior.
Dos casos clínicos, a maioria foi de intoxicação por álcool (88), principalmente em mulheres. “Isso é explicado pelo maior consumo de bebidas alcoólicas e destiladas e o homem acaba sendo mais resistente”, acredita Alves. Apesar disso, o número se manteve estável em relação ao ano passado. Um balcão de comidas foi interditado e retirado do circuito.
PARTOS
Dois bebês nasceram no ritmo da folia e decidiram vir ao mundo em pleno circuito. Uma catadora de latinhas deu à luz no Farol da Barra, na manhã de ontem (veja página 22). Já na Piedade, uma mulher de 22 anos entrou em trabalho de parto e foi encaminhada até o Hospital Tereza de Lisieux.
Os postos Fique Sabendo, voltados para o diagnóstico de casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como Aids e sífilis, vão começar a funcionar hoje. Este ano, eles serão colocados em locais mais discretos para dar mais privacidade a quem quer fazer estes exames. Um posto funcionará na Avenida Carlos Gomes, no Centro, e outro na Barra, nas proximidades do Beco da Off.
Já o serviço Fala Folião registrou, anteontem, 259 ocorrências: 229 oriundas das equipes itinerantes pelos circuitos e 27 registradas através da central telefônica 156. Os demais registros foram do atendimento presencial na sede da Ouvidoria e pelo portal Fala Salvador. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) não registrou nenhum homicídio ou tentativa, latrocínio ou lesão corporal dolosa nos circuitos Dodô (Barra) e Osmar (Centro), anteontem à noite. Sete criminosos, que praticavam tráfico de drogas, furtos e roubos nos locais da festa foram capturados e autuados em flagrante.
A polícia apreendeu, ainda, 146 trouxinhas com maconha, 41 pinos com cocaína, 11 frascos de lança-perfume, um comprimido de ecstasy e 42 porções de crack. Dois adolescentes foram encaminhados ao posto da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI). Um deles pelo crime de tráfico de entorpecentes e outro após praticar um roubo.
Nos dois circuitos foram registrados 57 furtos e 11 roubos, além de nove casos de lesões corporais leves, provenientes de desentendimentos. A polícia apreendeu nove armas brancas.
A SSP está usando algumas tecnologias pela primeira vez neste Carnaval, como câmeras de segurança nos portais e um simulador de ocorrências. A pasta, no entanto, acredita que está muito cedo para fazer algum balanço das inovações. Algumas delegacias de Salvador e Região Metropolitana vão receber reforço de pessoal e operar em regime de 24 horas.
Prefeitura atribui queda ao aumento de atrações sem cordas na festa