Podem
Claudia Leitte, Daniela Mercury, Solange, Preta Gil, Anitta, Alinne Rosa. Elas dominaram o Circuito Dodô (Barra-Ondina) anteontem à noite. Em comum, todas essas artistas têm mais do que o status que ocupam na música brasileira, elas são símbolo de mulheres do seu tempo: empoderadas, com autoestima enorme, cheias de atitude. Elas, as mulheres, estão em todo o lugar, mas principalmente onde querem, com quem querem, exigindo respeito. Esse é um clima que tem crescido no Carnaval de Salvador e está presente no papo das minas que comandam os trios.
“No Carnaval do ano passado, quando eu trouxe o debate do ‘meu corpo, minhas regras’, eu lembro que fui criticada pela ousadia. Este ano a gente vê que o debate em torno das mulheres dominou e eu fico muito feliz de ter de alguma forma provocado a discussão”, opina a cantora Alline Rosa, que puxou o seu colorido bloco Chá Rosa lotado de paquitos e paquitas em homenagem ao Show da Xuxa.
Até eles se renderam. No meio dos blocos puxados pelas meninas anteontem, um gentleman. Márcio Victor e a banda Psirico levaram uma figura de Iemanjá para cima do trio em homenagem às mulheres. Para completar, a música de trabalho da banda e uma das apostas deste ano é Mulher no Poder. Quem também leva a temática feminina para o páreo é Léo Santana com Maravilhosa é Ela.
Preta Gil trouxe também a mensagem da diversidade e da mulher que não precisa seguir padrões com o seu Bloco da Preta, que após oito anos no Rio de Janeiro passou pela primeira vez por Salvador. “Sou uma mulher que já nasci lutando pela diversidade, pela inclusão, acredito que o ser humano é plural e único e temos que respeitar as diferenças”, afirmou Preta, vestida com a bandeira LGBT.
Solange, que se despede da banda Aviões do Forró, sentiu o carinho do público. Faixas, gritos e declarações de amor que saíam de muitas outras mulheres da sacada dos prédios e dos camarotes a fez se sentir plena. “Estou me sentindo o último acarajé da Bahia”, brincou.
Bronzeada e com tranças feitas pela equipe de Negra Jhô, Anita se jogou no Carnaval misturando funk, um pouco de sertanejo e música baiana. Seu trio, sem cordas, seguiu logo depois da Preta. “É muito legal ver um Carnaval com tanta mulher trabalhando e passando mensagens positivas. As mulheres já conquistaram muitas coisas e ainda têm muito que conquistar”, disse Anitta.
Ainda na Avenida, Gilmelândia fechou a noite das estrelas da Barra anteontem. Mas o fatality mesmo quem deu foi a rapper curitibana Karol Conka, e suas músicas altamente feministas. Sim, elas podem fazer tudo.