Correio da Bahia

Podem

- Alexandro.mota@redebahia.com.br

Claudia Leitte, Daniela Mercury, Solange, Preta Gil, Anitta, Alinne Rosa. Elas dominaram o Circuito Dodô (Barra-Ondina) anteontem à noite. Em comum, todas essas artistas têm mais do que o status que ocupam na música brasileira, elas são símbolo de mulheres do seu tempo: empoderada­s, com autoestima enorme, cheias de atitude. Elas, as mulheres, estão em todo o lugar, mas principalm­ente onde querem, com quem querem, exigindo respeito. Esse é um clima que tem crescido no Carnaval de Salvador e está presente no papo das minas que comandam os trios.

“No Carnaval do ano passado, quando eu trouxe o debate do ‘meu corpo, minhas regras’, eu lembro que fui criticada pela ousadia. Este ano a gente vê que o debate em torno das mulheres dominou e eu fico muito feliz de ter de alguma forma provocado a discussão”, opina a cantora Alline Rosa, que puxou o seu colorido bloco Chá Rosa lotado de paquitos e paquitas em homenagem ao Show da Xuxa.

Até eles se renderam. No meio dos blocos puxados pelas meninas anteontem, um gentleman. Márcio Victor e a banda Psirico levaram uma figura de Iemanjá para cima do trio em homenagem às mulheres. Para completar, a música de trabalho da banda e uma das apostas deste ano é Mulher no Poder. Quem também leva a temática feminina para o páreo é Léo Santana com Maravilhos­a é Ela.

Preta Gil trouxe também a mensagem da diversidad­e e da mulher que não precisa seguir padrões com o seu Bloco da Preta, que após oito anos no Rio de Janeiro passou pela primeira vez por Salvador. “Sou uma mulher que já nasci lutando pela diversidad­e, pela inclusão, acredito que o ser humano é plural e único e temos que respeitar as diferenças”, afirmou Preta, vestida com a bandeira LGBT.

Solange, que se despede da banda Aviões do Forró, sentiu o carinho do público. Faixas, gritos e declaraçõe­s de amor que saíam de muitas outras mulheres da sacada dos prédios e dos camarotes a fez se sentir plena. “Estou me sentindo o último acarajé da Bahia”, brincou.

Bronzeada e com tranças feitas pela equipe de Negra Jhô, Anita se jogou no Carnaval misturando funk, um pouco de sertanejo e música baiana. Seu trio, sem cordas, seguiu logo depois da Preta. “É muito legal ver um Carnaval com tanta mulher trabalhand­o e passando mensagens positivas. As mulheres já conquistar­am muitas coisas e ainda têm muito que conquistar”, disse Anitta.

Ainda na Avenida, Gilmelândi­a fechou a noite das estrelas da Barra anteontem. Mas o fatality mesmo quem deu foi a rapper curitibana Karol Conka, e suas músicas altamente feministas. Sim, elas podem fazer tudo.

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