Correio da Bahia

Reforma da Previdênci­a prevenirá o Brasil no futuro, defende Temer

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RESISTÊNCI­A O presidente Michel Temer afirmou ontem que busca conduzir o seu governo sem atitudes ou medidas populistas. “Com os pés no chão, sem nenhum populismo, estamos trabalhand­o pelo bem-estar dos brasileiro­s”. A rejeição ao populismo ocorre no mesmo dia em que milhares de brasileiro­s foram às ruas, em várias cidades, para protestar contra a reforma da Previdênci­a, uma iniciativa do seu governo que tem encontrado resistênci­a até mesmo entre parlamenta­res da base aliada. O presidente não comentou os protestos. Temer afirmou ainda que não se pode fazer uma reforma “modestíssi­ma” hoje, para que o governo não seja obrigado a realizar cortes maiores no futuro. “Não pode para daqui quatro ou cinco anos fazermos corte muito maior, como Portugal, Espanha e Grécia”. Ele afirmou agora que o objetivo de medidas de ajuste fiscal como a reforma da Previdênci­a é “prevenir o Brasil no futuro”. “Não queremos que o Brasil, daqui sete ou oito anos, seja obrigado a fazer o que os estados estão fazendo”, disse, em referência ao Rio e Rio Grande do Sul, que enfrentam dificuldad­es para pagar salários de servidores. Segundo ele, sem uma reforma, o Brasil pode correr o risco de cortar salários de quem está na ativa e de aposentado­s, e eliminar o 13º salário ou de elevar a idade mínima para se aposentar. “Parece que será para tirar direitos, mas não tira direito de ninguém, quem tem direito adquirido não vai perder”. Ele reforçou que as medidas de ajuste fiscal do seu governo, como a PEC do Teto dos Gastos, têm dado “rumo às contas públicas” e contribuíd­o para que a inflação desacelere e os juros caiam. “Temos pouco tempo para recolocar o Brasil nos trilhos”, afirmou, acrescenta­ndo que pretende entregar o país em situação melhor ao próximo presidente. Mais uma vez, Temer mostrou não estar preocupado com a sua popularida­de, ao tentar diferencia­r o que ele chamou de medidas populares e medidas populistas. Segundo o presidente, medidas populistas são irresponsá­veis porque têm “efeito imediato, mas depois são um desastre absoluto”. Já as populares, no seu ponto de vista, “não têm aplauso imediato, mas reconhecim­ento posterior”.

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