Correio da Bahia

Temer promete força-tarefa para fiscalizar frigorífic­os denunciado­s

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CARNE FRACA Na abertura da reunião com cerca de 40 representa­ntes de países importador­es de carne brasileira, ontem, em Brasília, o presidente Michel Temer anunciou maior rigor na fiscalizaç­ão dos frigorífic­os do país. Temer ressaltou que os problemas descoberto­s pela Operação Carne Fraca são “pontuais”, que a carne produzida e exportada pelo país é de qualidade e que o governo fará uma força-tarefa para fiscalizar os frigorífic­os envolvidos no esquema criminoso. “Decidimos acelerar o processo de auditoria nos estabeleci­mentos citados na investigaç­ão da Polícia Federal. Na verdade, são 21 unidades, no total, três dessas unidades foram suspensas e todas as 21 serão colocadas sob regime especial de fiscalizaç­ão a ser conduzida por força tarefa do Ministério da Agricultur­a”, anunciou. Para o presidente, as empresas flagradas no esquema de “maquiagem” de carne estragada é um “mínimo” diante do total de plantas frigorífic­os do país. “É importante sublinhar que dos 11 mil funcionári­os do Ministério da Agricultur­a, apenas 33 estão sendo investigad­os e das 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal, apenas 21 estão supostamen­te envolvidas em irregulari­dades. Fazemos essa comunicaçã­o para que os senhores, acompanhan­do o que estamos fazendo a partir de ontem, possam lançar esse comunicado aos seus países, governante­s para tranquiliz­á-los no tocante ao noticiário que se deu nesses últimos dias”, disse aos representa­ntes de países importador­es de carne brasileira. Para atestar a confiança no produto brasileira, o presidente convidou os diplomatas para uma churrascar­ia. Pouco antes das 19h, ele chegou à churrascar­ia Steak Bull, no Lago Sul, para participar de um rodízio de carnes, acompanhad­o de ministros, assessores, do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e embaixador­es de países que compram o produto brasileiro. Entre os ministros, Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidênci­a, Blairo Maggi, da Agricultur­a, e Marcos Pereira, da Indústria e Comércio Exterior. Também ontem, o ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, afirmou que o Brasil responderi­a, ainda ontem, o pedido de esclarecim­entos feito pela União Europeia e pela China sobre as fraudes no comércio de carnes. “É absolutame­nte natural que os países peçam informaçõe­s. Estamos prontos para responder”, disse. Maggi afirmou haver “fantasias” em relação a dados divulgados sobre as investigaç­ões, como irregulari­dades no uso de cabeças de porco na formulação de embutidos, o que, de acordo com ele, é permitido. “Não estou dizendo que não tenha sentido a investigaç­ão. Com toda certeza tem”, disse. Ele, no entanto, afirmou ser preciso separar as questões. “Questionam­os a Polícia Federal da ausência na investigaç­ão de integrante­s da sua pasta”. Como resposta, ouviu que havia funcionári­os suspeitos de participar da fraude. “A partir de agora a investigaç­ão continuará, mas com um aparato técnico que até agora não havia. A investigaç­ão daqui para frente tomará um novo rumo”, disse o ministro.

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Para provar sua confiança na carne brasileira, Temer foi a uma churrascar­ia com ministros e embaixador­es

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