24h ESTRAGOS
Um aguaceiro caiu em Salvador, na manhã de ontem, e causou estragos pela cidade. O maior deles foi o desabamento do teto da quadra de esportes do Colégio Estadual Odorico Tavares, no Corredor da Vitória. Por causa da paralisação dos professores até o dia 24, as aulas estão suspensas, e ninguém se feriu.
Segundo um engenheiro da Defesa Civil de Salvador (Codesal), a causa provável é a falta de manutenção no prédio, já que existe oxidação em algumas partes do local onde aconteceu o acidente.
A Secretaria Estadual da Educação (SEC) informou, em nota, que a área que desabou já havia sido interditada e que ninguém tinha acesso ao espaço. Ainda segundo a pasta, já foi realizada a licitação da obra, que deve ser iniciada ainda no mês de abril.
A Codesal informou que a quadra ao lado da que desabou também foi interditada preventivamente. “Agora, cabe à Secretaria de Educação trazer os técnicos deles, para viabilizarem a demolição da estrutura, pois há um risco para o prédio (residencial) Professor Sabino Silva. Existe uma parede solta”, disse o técnico da Codesal Expedito Sacramento.
Síndico do prédio Professor Sabino Silva, o advogado Vilobaldo Magalhães, 55 anos, disse que, por volta das 7h40, ouviu um grande barulho e que a queda da cobertura da quadra era uma tragédia anunciada. “Há alguns meses caiu parte do telhado. A antiga síndica procurou a escola, mas não houve solução.”
OCORRÊNCIAS
Até as 18h de ontem, a Operação Chuva da Defesa Civil havia registrado 59 solicitações de emergência, sem feridos. Foram 18 ameaças de desabamento de imóvel, três ameaças de desabamento de muro, 20 ameaças de deslizamento de terra, três avaliações de imóvel alagado, um desabamento parcial, cinco deslizamentos de terra, cinco infiltrações, três orientações técnicas e uma pista rompida.
A Avenida Cardeal da Silva, na Federação, registrou pontos de alagamento, assim como a saída do Ogunjá, no sentido da Vasco da Gama, a Avenida Bonocô e também a ACM. O trânsito ficou bastante congestionado.
O trajeto de cerca de uma hora que o estudante universitário Yuri Silva, 21, costuma fazer do bairro Sete de Abril, onde mora, para chegar ao trabalho, na Federação, durou ontem quase o dobro do tempo. “Além da demora dos ônibus, todos vieram lotados”, disse ele.
Para a dona de casa Sandra Benevides, 51, o jeito foi desistir da entrevista de emprego. Após uma hora e meia de espera em um ponto de ônibus na região do Detran, na Avenida ACM, ela decidiu voltar para casa. “Quando saí de casa já estava chovendo, só não imaginei que fosse alagar tanto”, disse ela, que mora em Pernambués.
Só ontem choveu 63% do volume dos últimos 20 dias. Foram 42,2 milímetros, comparados aos 66,8 milímetros de 1º de março até anteontem. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão de chuva continua até sábado.