Relator da Lava Jato autoriza PF a interrogar Renan, Sarney e Jucá
SUPREMO Relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin determinou que a Polícia Federal dê cumprimento à determinação de interrogar o ex-presidente José Sarney, os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado, no âmbito de um dos inquéritos da operação. No despacho, assinado na última segunda-feira, Fachin autorizou também que sejam recolhidos, junto a empresas de transporte aéreo de passageiros, todos os registros de passagens emitidas e utilizadas por Machado de dezembro de 2015 a maio de 2016. Fachin, no entanto, deixou em suspenso a autorização solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para obter “todos os registros de acesso às dependências do Tribunal (STF) em nome de Eduardo Antônio Lucho Ferrão (advogado) no ano de 2016, com todas as informações e arquivos relacionados”. Segundo Janot, no pedido encaminhado a Fachin, “Renan Calheiros e José Sarney prometem a Sérgio Machado que vão acionar Ferrão e o ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Cesar Asfor Rocha para influenciar na decisão de Vossa Excelência (Teori Zavascki) sobre possível desmembramento do inquérito de Sérgio Machado”. Fachin já havia autorizado a medida, quando da abertura do inquérito, mas ela não foi cumprida diante de um impasse surgido no processo. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu que o ministro reconsiderasse a decisão, argumentando que o pedido de Janot “invade a esfera de atuação profissional” e infringiria normas, ao permitir livre acesso aos dados do advogado.