Correio da Bahia

Alvos da Lava Jato vão à posse de Moraes no STF

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JUSTIÇA Em meio a uma plateia de políticos alvo das investigaç­ões da Lava Jato, o ministro Alexandre de Moraes tomou posse ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Ele assume a vaga de Teori Zavascki, morto em janeiro, e herdará os 6,9 mil processos do gabinete do antecessor - já excluído o acervo da Lava Jato, redistribu­ído para Edson Fachin. A cúpula ligada ao Palácio do Planalto, incluindo ministros de Estado citados nas delações da Odebrecht, preencheu o plenário do Supremo para prestigiar a posse do ministro escolhido pelo presidente Michel Temer. Estiveram presentes Eliseu Padilha (Casa Civil), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades) - todos citados nas delações da empreiteir­a. Entre os mencionado­s pelos executivos da Odebrecht também estavam na plateia o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); os presidente­s da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); além dos senadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG). Parte da plateia já é investigad­a na Lava Jato, como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); o ex-presidente José Sarney (PMDB); o senador Edison Lobão (PMDB-MA); o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Raimundo Carreiro. Após receber cumpriment­os, Moraes falou rapidament­e, mas se esquivou de perguntas sobre a Lava Jato e sobre sua participaç­ão em eventuais julgamento­s relativos à investigaç­ão. “Não vou comentar nenhum outro assunto que não a posse”, disse. O ministro, no entanto, respondeu à pergunta sobre se a presença de investigad­os lhe causaria algum constrangi­mento: “(Para) A posse são convidados membros de todos os poderes”. Moraes disse que assume o cargo “com muita felicidade, muita honra, muita responsabi­lidade e com absoluta convicção de que o meu trabalho pode auxiliar o Supremo” no caminho que a Corte trilha “na defesa dos direitos fundamenta­is, no equilíbrio entre os poderes, no combate à corrupção, no combate à criminalid­ade, que também é função do poder Judiciário”. O jurista teve passagem conturbada à frente do Ministério da Justiça, marcada por crise no sistema penitenciá­rio, destruição de pé de maconha e até antecipaçã­o de uma fase da Operação Lava Jato. Ele também já foi secretário da Segurança Pública de São Paulo e filiado ao PSDB.

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Alexandre de Moraes é o mais novo ministro do STF

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