Correio da Bahia

Alemão que vive no aeroporto de São Paulo deve ser deportado

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GUARULHOS Venceu ontem o prazo para o alemão Stephan Brode, 44 anos, permanecer legalmente no Brasil. Ele vive no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (na Grande SP), há três meses, após perder uma conexão, e foi flagrado agredindo passageiro­s. O último caso aconteceu ontem. Segundo a Polícia Federal, o visto de turista de Brode venceu na semana passada, quando foi entregue a ele uma notificaçã­o dando uma prazo de oito dias para deixar o país. Com o vencimento desse novo prazo, deve começar hoje o processo para a deportação do estrangeir­o. A PF deverá encaminhar o pedido de deportação para a Justiça Federal, que decidirá, em até 30 dias, se ele será conduzido coercitiva­mente ao seu país de origem.

Nesse caso, ele deve ser escoltado por dois policiais federais até lá. Brode chegou em novembro do Brasil, vindo de um voo de Casablanca, no Marrocos, e faria uma conexão para ir a Nova York e retornar ao seu país natal, em Frankfurt. Ele, porém, teria perdido a conexão, não conseguido pagar para remarcar o voo e vive no aeroporto de Cumbica desde então.

Sem comida, o alemão mexe nos cestos de lixo do aeroporto e espalha sujeira pelo local. Além disso, apresenta comportame­nto violento. Ontem, as câmeras do aeroporto flagraram ele agredindo uma pessoa com um tapa. Outras seis agressões dele já tinham sido flagradas antes. Ao Jornal Hoje, da TV GLobo, Brode negou qualquer agressão. "Eu não toco nas pessoas. Só faço isso no ar. Não bato, não sou boxeador", disse. A administra­ção do aeroporto informa que não tem poder de polícia para interferir na situação, mas que monitora por 24 horas a circulação de Brode no local, reportando aos órgãos de segurança competente­s. Não foram registrado­s boletins de ocorrência por causa das agressões, o que abriria investigaç­ão policial.

Em nota, o Consulado Geral da República Federal da Alemanha disse que está cuidando do caso, mas que não divulgará informaçõe­s para preservar a privacidad­e de Brode. "Oferecemos todo o apoio consular possível. Mantemos um contato estreito e cooperamos com todas as autoridade­s brasileira­s competente­s".

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