Correio da Bahia

Conta de luz terá reajuste de 3% a partir de sábado

- Juliana Montanha juliana.montanha@redebahia.com.br

Residência­s terão aumento médio de 2,77% e setor produtivo, de 3,5%

A conta de energia elétrica vai ficar mais cara para os baianos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu ontem (18) as novas tarifas aplicadas pela Coelba, que entram em vigor a partir do dia 22 de abril, com um aumento médio de 3%.

A mudança, segundo a concession­ária, deve começar a ser percebida pelos quase seis milhões de clientes nas faturas recebidas a partir de maio. Para os consumidor­es residencia­is, o aumento da tarifa será de 2,77%. No caso dos clientes industriai­s e comerciais de médio e grande porte, o reajuste médio será de 3,5%.

Segundo a Coelba, a concession­ária encaminha para a Aneel as informaçõe­s necessária­s para o cálculo da tarifa, mas o reajuste segue uma fórmula em que a parcela referente ao serviço de distribuiç­ão é atualizado. Além dos valores fixados pela Aneel, também são cobrados na conta de energia os impostos, como ICMS, PIS e Cofins, além das Bandeiras Tarifárias.

Este mês, por exemplo, a bandeira vigente é a Vermelha Patamar 1, que aumenta R$ 3 a cada 100kWh. Nas contas de luz, os consumidor­es ainda pagam a Contribuiç­ão de Iluminação Pública (CIP), que é repassada às prefeitura­s municipais.

IMPACTO DO AUMENTO Apesar do valor estar abaixo da inflação, que fechou o ano de 2016 em 6,29%, o reajuste não foi visto com bons olhos pelo segmento industrial. “O setor tem registrado decréscimo na produção dos últimos anos por conta da crise. Nesse contexto, qualquer aumento é negativo. É um aumento que vai incidir em uma atividade econômica que ainda está deprimida”, pontua o coordenado­r do Conselho de Infraestru­tura da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – Fieb, Marcos Galindo. O quanto o reajuste pode representa­r no produto final, de acordo com o coordenado­r, vai depender de quanta energia é utilizada na industrial­ização daquele produto. “Nesse sentido, as indústrias de mineração, celulose, petroquími­ca e de panificaçã­o devem ser mais impactadas, porque têm um componente de uso de energia mais elevado”, explica.

A presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidor­es da Bahia (MDCCB), Selma Magnavita, também criticou o reajuste. “O consumidor já não suporta mais tanto aumento e, no caso da energia, acaba sendo um efeito em cadeia, que sai aumentando todos os demais produtos. A quantidade de imposto que pagamos também é absurda. Energia é um serviço essencial”, disse Selma, que recomenda que os consumidor­es utilizem a energia com inteligênc­ia e criativida­de. “Para driblar o alto custo da conta de luz, é preciso tirar os aparelhos das tomadas e desligar o chuveiro quente quando o tempo está mais quente”, reforça.

COMPOSIÇÃO DA TARIFA Segundo a Coelba, do valor cobrado na fatura, 25,7% ficam na concession­ária para cobrir custos de operação, manutenção, administra­ção do serviço e investimen­tos. Os impostos e encargos, como ICMS, PIS, Cofins, taxa de fiscalizaç­ão da Aneel e outros tributos representa­m 36,8% da tarifa. Despesas com a compra e transmissã­o de energia correspond­em a 37,5% da tarifa.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil