Venda de imóveis dinamiza economia
foram arrecadados, respectivamente, R$ 18,6 milhões e R$ 9,5 milhões.
AVALIAÇÃO
Para ser colocado à venda, um terreno pertencente ao município passa por uma avaliação sobre viabilidade técnica – isso serve para garantir que a área não é adequada para construção de estruturas destinadas a serviços públicos, como creches e postos de saúde. De acordo com a prefeitura, isso é necessário porque alguns terrenos ficam em áreas com alto perfil comercial, o que inviabilizaria edificações de equipamentos públicos. Assim, a venda desses locais acaba sendo mais rentável para os cofres municipais.
Logo em 2014, a prefeitura colocou à venda 60 terrenos. O objetivo era arrecadar recursos para construção de unidades de saúde e educação. No entanto, somente os 14 foram vendidos até agora.
Segundo a Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz), as áreas que não forem adquiridas serão destinadas ao Fundo Garantidor, que é um instrumento que oferece contrapartida pública às empresas que participam de programas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do município.
IGUATEMI
É o caso dos dois novos terrenos, que ficam nas imediações do Shopping da Bahia, na região do Iguatemi. Um deles tem área de 9.743m², enquanto o outro tem 566m². Ainda de acordo com a Sefaz, os dois têm grande potencial comercial, residencial ou misto, justamente pela localidade. Ali, além do shopping, que é um dos maiores da cidade, há o Terminal Rodoviário de Salvador, uma estação de metrô, supermercado, escritórios e outros centros de compras.
“São áreas nobres, que se destacam por estar dentro de um ambiente já consolidado. A depender do que exista no local, assim, acaba sendo uma oportunidade para que venha algum empreendimento onde já há toda a infraestrutura instalada”, diz o presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-BA), Cláudio Cunha.
As licitações dos dois terrenos estão marcadas para o dia 10 de maio, entre as 10h e 15h, no auditório da Sefaz, no Centro Histórico, no 7º andar. Os preços mínimos são R$ 28,2 milhões (para o maior) e R$ 1,8 milhão (o menor).
MERCADO
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção da Bahia (Sinduscon), Carlos Henrique Passos, o valor mínimo de um leilão de terreno é calculado a partir de avaliações de mercado. “Não é um valor fiscal. É uma avaliação feita por alguém que estudou o mercado”. Pela nova Lei de Ordenamento, Uso e Ocupação do Solo de Salvador (Louos), os dois terrenos podem ter qualquer tipo de utilização. Para conferir o edital da venda, basta acessar o site da Sefaz: www.sefaz.salvador.ba.gov.br/Servicos/LicImoveis. Mais do que importantes para o desenvolvimento imobiliário da cidade, a venda de terrenos pela prefeitura deve ajudar a economia local. Essa é a avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção da Bahia (Sinduscon), Carlos Henrique Passos. Segundo ele, as áreas podem ser adquiridas não apenas por atores do mercado imobiliário, mas por outros investidores de diversas áreas da economia. “Existe, no meio empresarial, uma máxima que você tem que evitar ativos ociosos. Na hora que você se propõe a comercializar, entendo que estão propondo dar uma oportunidade para que esses ativos tenham uma economia produtiva e gerem emprego e renda para a sociedade, além de gerar receita para o município”.
Para o presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-BA), Cláudio Cunha, a alienação dos terrenos acaba dando várias contribuições para a cidade. “A primeira é que, como a prefeitura não tem capacidade de tomar conta de todas essas áreas, evita que elas sejam invadidas ou mal utilizadas. Você cria também novas oportunidades para que o mercado imobiliário possa atuar de forma satisfatória”.
Quem estiver interessado em comprar os terreno deve, de acordo com Carlos Henrique Passos, analisar quais são os usos permitidos, além do potencial de construção. “E, depois, ver se a necessidade que tenho está dentro desses usos permitidos. Qual é o uso permitido? Pode colocar uma revendedora de carro? Um mercado? Um prédio comercial, residencial? Todas essas indagações devem ser feitas pelo investidor, para saber se aquele valor mínimo (proposto no leilão) viabiliza”.