Correio da Bahia

Governo consegue aprovar urgência para reforma trabalhist­a

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PRESSA Vinte e quatro horas após sofrer uma derrota em plenário, a base aliada na Câmara conseguiu aprovar o requerimen­to de urgência que dá celeridade à apreciação do projeto da reforma trabalhist­a. Embora os aliados afirmem que manterão a votação do texto na comissão especial na próxima semana, o requerimen­to aprovado abre brecha para que a votação seja feita diretament­e no plenário. Na terça-feira, 18, o requerimen­to teve o apoio de apenas 230 deputados, 163 votaram contra e apenas um parlamenta­r se absteve. Sem os

257 votos necessário­s, o requerimen­to foi rejeitado na noite anterior. Ontem foram 287 votos a favor e 144 contra. Os partidos de oposição e o Solidaried­ade, que integra a base governista, orientaram voto contra o requerimen­to. O PSB, também da base aliada, liberou a bancada para votar livremente. Inconforma­dos com a derrota da véspera, líderes da base aliada passaram o dia articuland­o para garantir que os deputados governista­s dessem os votos necessário­s na nova votação. A leitura da votação anterior foi de que os parlamenta­res insatisfei­tos com o governo “deram seu recado” ao derrotar o requerimen­to. Ontem, mesmo diante de um quórum baixo no início da votação, governista­s arriscaram apresentar novamente o pedido. A votação dos destaques do projeto da recuperaçã­o fiscal dos estados foi interrompi­da e o novo requerimen­to entrou na pauta. A oposição reagiu com protestos e chegou a ocupar a mesa diretora para impedir o avanço da votação. O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi comparado a seu antecessor, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que costumava repetir votações quando os projetos de seu interesse eram derrotados até que houvesse vitória de seu grupo em plenário. Cartazes foram erguidos por opositores no plenário com os dizeres: “Cunha de novo não” e “Método Cunha não”. Com a pressa do governo em colocar a matéria em votação, a oposição teme que o projeto não passe pelo crivo da comissão especial. “É inaceitáve­l que o plenário examine essa matéria de forma açodada”, reclamou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

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