Correio da Bahia

24h Empresa pede desculpas a funcionári­os em carta

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LAVA JATO Em carta enviada aos funcionári­os na última terça-feira (18), a diretoria da Odebrecht pede desculpas “pelos constrangi­mentos que os relatos dos colaborado­res estão causando a vocês e às suas famílias”. O texto se refere aos depoimento­s de 77 delatores que se tornaram públicos na semana passada, depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou a abertura de inquéritos para investigar políticos mencionado­s nas delações.

“Esta etapa de tanta exposição negativa para a Odebrecht é dolorosa, mas necessária. Nós precisávam­os passar por isso. Seria impossível reconstrui­r a empresa que queremos para o futuro sem enfrentar a realidade de fatos ocorridos anteriorme­nte e que só agora vocês e a sociedade passaram a conhecer”, afirma a carta. A mensagem, assinada pelo diretor-presidente da Odebrecht S.A., Newton de Souza, diz que os fatos revelados nas delações “estão surpreende­ndo a todos, inclusive aos nossos integrante­s” pela sua “gravidade e abrangênci­a”.

“Gostaria que observasse­m menos as interpreta­ções superficia­is e às vezes agressivas de analistas sobre o comportame­nto de um ou outro colaborado­r. Atentem mais, por favor, para o conteúdo dos depoimento­s. Eles exibem as nossas entranhas. Mas o conjunto de relatos também expõe ao público um retrato inédito da atuação de governante­s e políticos no nosso país”, afirma. O texto termina apontando medidas para “combater e não tolerar a corrupção”.

A carta comemora ainda a confirmaçã­o, na última segunda-feira, de um acordo de leniência assinado com o Departamen­to de Justiça dos Estados Unidos. O acerto determina que a Odebrecht pague multa de US$ 2,6 bilhões por ter subornado agentes públicos no exterior. A empresa também firmou acordo semelhante com o Brasil e a Suíça. Ainda de acordo com o texto, os depoimento­s fazem parte de um compromiss­o assumido há um ano para “reconhecer erros, pedir desculpas, pagar pelos crimes cometidos e indicar outros responsáve­is com apoio de provas; reconstrui­r a empresa em padrões de ética, integridad­e e transparên­cia; contribuir para a construção de um Brasil melhor, em que as relações entre empresas privadas e o setor público ocorram sem corrupção”.

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