Em dia de protesto contra Maduro, dois jovens morrem na Venezuela
BALEADOS Uma jovem de 23 anos morreu durante uma manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro, em San Cristóbal, cidade do sudoeste da Venezuela. Essa foi a segunda morte registrada no país, ontem, dia em que ocorreu a “mãe de todas as manifestações”, como apelidou a oposição.
Segundo a prefeita de San Cristóbal, Patricia Gutiérrez, a jovem morreu após ser baleada por supostos seguidores do governo venezuelano. Horas antes, em Caracas, um jovem de 17 anos morreu após ser atingido por um disparo na cabeça em local próximo dos protestos. A informação foi confirmada pelo diretor do Hospital das Clínicas de Caracas, Miguel Salomón, à agência Associated Press. O Ministério da Informação não respondeu a um e-mail da agência Reuters pedindo um comentário sobre o incidente. “Ainda é muito recente, temos dados preliminares, mas [a vítima] recebeu um disparo na cabeça”, disse um funcionário do Ministério Público à AFP. A ONG Provea, que trabalha com direitos humanos, afirmou que a morte aconteceu no contexto das manifestações.
Esse foi o sexto dia de protestos, só neste mês de abril, contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Apoiadores do presidente também participam de atos públicos. A nova manifestação aconteceu um dia depois do governo ativar plano para impedir um suposto golpe militar. Os oposicionistas criticam Maduro por, em sua visão, arruinar a democracia e mergulhar a economia no caos. As multidões que foram às ruas, ontem, chegaram a centenas de milhares, incluindo os apoiadores de Maduro que realizaram contramanifestação na capital, incentivados pelo presidente. As passeatas opostas renderam comparações com os confrontos entre manifestantes pró e antigoverno no ano de 2002 que desencadearam um breve golpe de Estado contra o falecido líder Hugo Chávez.