Correio da Bahia

Vencedores do Prêmio Braskem destacam resistênci­a do teatro

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REPERCUSSíO “O teatro não tem como acabar: vai resistir a tudo, haja o que houver. Ele não precisa da gente, é a gente que precisa do teatro”, garantiu o diretor teatral Rino de Carvalho, 51 anos, vencedor do Prêmio Braskem de Teatro pelo espetáculo Mágico Mar, que também levou melhor atriz e categoria especial. Um dos oito premiados na cerimônia que aconteceu na noite de quarta, no Teatro Castro Alves, Rino declarou ao CORREIO que a resistênci­a marcou a 24ª edição da maior premiação das artes cênicas baianas. “Nós todos somos premiados. Todas as pessoas que fizeram e fazem teatro são merecedora­s desse reconhecim­ento, porque a gente sabe como é difícil”, declarou o diretor que ultrapassa 25 anos de carreira. Após assistir 53 espetáculo­s baianos, em 2016, a comissão julgadora elegeu os oito melhores das artes cênicas. Para a jornalista Katia Borges, 49, que integrou a comissão, o Brasil vive um momento muito afirmativo “e o teatro baiano está dando conta da contempora­neidade” com uma “reflexão sobre a vida”. “Foram 53 espetáculo­s e um painel muito rico. O que fica pode ser resumido em uma única palavra: resistênci­a. Resistirem­os, todos nós, na arte, até onde for possível. Esse é um recado muito claro que o teatro baiano manda”, elogiou Katia. Nascido no Ceará e morando em Salvador há 17 anos, o ator vencedor do Prêmio Braskem, Igor Epifânio, declarou ser apaixonado pelo teatro baiano. Porém, disse que “hoje em dia é muito mais difícil fazer teatro”. “Pode ser que eu esteja falando isso porque sou o homem do hoje, mas pra mim, que sobrevivo de teatro, é muito difícil”, pontua. Vencedora do melhor espetáculo do interior, por Pariré, a Cia. OperaKata bem sabe das dificuldad­es, já que sua cidade, Vitória da Conquista, está sem teatro. O Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima foi interditad­o para uma reforma que duraria, no máximo, seis meses, mas isso já faz três anos e o espaço continua fechado. “A gente enfrenta uma realidade dificílima na nossa cidade. Companhias foram desestrutu­radas, grupos estão sem espaços, colegas desistiram do ofício... Ter um prêmio como esse faz com que reverbere esse olhar para o interior”, comemorou a atriz e figurinist­a Kécia Prado, 30, da Cia. OperaKata.

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Cia. OperaKata denunciou a dificuldad­e de se fazer teatro no interior
 ??  ?? Mágico Mar levou três prêmios
Mágico Mar levou três prêmios

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