Correio da Bahia

Forças de segurança voltam a reprimir protestos contra Maduro

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VENEZUELA As forças de segurança da Venezuela voltaram a impedir ontem a passagem de manifestan­tes da oposição contra o presidente Nicolás Maduro, que foram às ruas pela sétima vez em três semanas. Os adversário­s do chavista voltam a se mobilizar um dia depois de reunirem centenas de milhares de pessoas em todo o país e de confrontos levarem à morte de um guarda nacional e dois civis e deixarem 200 feridos. Embora os líderes opositores tenham clamado por mais gente nas ruas, os atos foram menores que na quarta. Por outro lado, não houve um contraprot­esto governista, como ocorreu na maioria das manifestaç­ões. Em Caracas, a Guarda Nacional usou bombas de gás lacrimogên­eo, jatos d'água e balas de borracha para dispersar alguns dos atos. Os opositores voltaram a tentar fechar uma autoestrad­a em diferentes pontos da capital. Na zona oeste, governada pelo chavismo, eles não chegaram a sair da concentraç­ão porque os guardas nacionais alegaram falta de permissão. Cinco dirigentes do Primeiro Justiça (centro-direita), maior partido da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrátic­a, foram detidos. Além das forças de segurança oficiais, membros de coletivos (milícias armadas chavistas) e militantes governista­s usaram paus, garrafas e pedras para atacarem manifestan­tes e repórteres do jornal El Nacional. Os guardas nacionais também reprimiram manifestaç­ões em Maracaibo, segunda maior cidade venezuelan­a, e San Joaquín. Enquanto os atos aconteciam, o governo e a oposição ainda reagiam às manifestaç­ões e às mortes de quarta. Ainda à noite, a polícia prendeu o suspeito de matar Paola Ramírez, 23, em San Cristóbal. O ministro do Interior, Néstor Reverol, disse que Iván Pernía, 32, que teria atirado na cabeça da manifestan­te, é filiado ao partido Vente Venezuela (extrema direita), integrante mais radical da MUD. A líder da sigla, a ex-deputada María Corina Machado, criticou a acusação do governo. "Usam o assassinat­o de uma venezuelan­a, do qual são responsáve­is, para caluniar.

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