ÚLTIMOS ATENTADOS DEIXARAM AO MENOS 230 MORTOS
que o alvo do agressor seriam os policiais. “Eu ouvi seis tiros, mas pensei que fossem fogos de artifício. Nós olhamos todos para a rua e vimos uma pessoa escondida atrás de um furgão. Ele poderia ter nos atacado, na calçada, e matar mais pessoas, mas seu alvo era a polícia”, disse o jovem. “As pessoas choravam, todo mundo correu para todos os lados”, completou.
As lojas baixaram suas portas, mantendo em seu interior os consumidores e turistas por razões de segurança. Em paralelo, a identidade do assassino foi descoberta e levou a uma operação policial realizada na região de Seine et Marne.
“Nesta noite, às 20h50, um homem armado de um fuzil atirou contra a polícia na altura da loja Marks & Spencer. O terrorista foi neutralizado por tiros de revide da polícia. A identidade é conhecida, foi verificada e as investigações estão em curso, com operações para saber se houve cumplicidade”, informou, no início da madrugada, o procurador antiterrorismo de Paris, François Molins, que abriu investigação por crimes de homicídio e tentativa de homicídio em associação ao grupo terrorista Estado Islâmico.
IDENTIFICAÇÃO
Segundo o comunicado divulgado pelo EI, um homem apresentado por seu nome de guerra – Abou Youssef al-Belgiki – teria sido o autor do crime. As primeiras investigações mostraram que trata-se de um homem nascido em 1977, com passagens pela polícia e objeto de uma “Ficha S”, uma investigação dos serviços de inteligência por radicalização e proximidade com grupos que pregam a jihad – a “guerra santa”.
FRANÇA EM ALERTA
O ataque de ontem ocorre dois dias depois de uma operação policial prender dois homens em Marselha suspeitos de preparar um atentado visando as eleições.
Na terça-feira (18), o ministro do Interior Matthias Fekl informou que os dois suspeitos, de 29 e 23 anos, têm “nacionalidade francesa” e foram “radicalizados”. Os dois homens, vigiados pela polícia por radicalização, já haviam sido presos por outros delitos sem relação com o terrorismo, informaram autoridades.
A polícia acrescentou que um dos dois tinha se convertido ao radicalismo islâmico durante um período na prisão. O procurador de Paris, François Molins, afirmou mais tarde que, durante as buscas na casa dos suspeitos, foram encontrados uma bandeira do grupo Estado Islâmico, material de propaganda jihadista, várias armas e explosivos. Segundo ele, um dos suspeitos estava planejando declarar aliança ao grupo extremista e o outro tinha ligação com uma célula jihadista na Bélgica. Com base nas buscas, foi possível desarticular o ataque. Janeiro de 2015 No dia 7, os irmãos Said e Cherif Kouachi mataram 12 pessoas na sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo, em Paris. No dia 8 de janeiro, Amedy Coulibaly matou um policial, e, no dia seguinte, fez reféns os clientes e funcionários de um supermercado judaico em Paris, matando quatro deles.
Fevereiro de 2015 Em Nice, três militares de guarda em frente a um centro da comunidade judaica foram agredidos com faca.
Abril de 2015 Em 19 de abril, Sid Ahmed Ghlam, estudante argelino de informática, foi detido em Paris por, supostamente, ter matado uma mulher e por preparar um atentado contra uma igreja. Julho de 2015 Quatro jovens foram presos como suspeitos de planejar o ataque ao campo militar de Fort Béar e a decapitação gravada de um oficial em nome da guerra santa.
Novembro de 2015 No dia 13, a casa de shows Bataclan, vários bares e restaurantes de Paris, assim como os arredores do Stade de France foram alvos de atentados. Um total de 130 pessoas morreram, principalmente jovens, e mais de 350 ficaram feridas.
Julho de 2016 Mais de 80 pessoas morreram após serem atropeladas por um caminhão em Nice. O público assistia à queima de fogos em comemoração ao Dia da Bastilha. O autor do ataque foi morto pela polícia.