Correio da Bahia

‘Lula mandou destruir provas’

- Das agências mais@correio24h­oras.com.br

O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da construtor­a OAS, disse, ontem, na audiência em Curitiba, com o juiz Sérgio Moro, que o ex-presidente Lula pediu para ele destruir provas sobre propinas que a empreiteir­a pagou ao PT. Segundo Pinheiro, Lula e ele discutiram sobre propina no Instituto Lula, entre abril e maio de 2014, dois meses depois que a Operação Lava Jato ter sido iniciada. Lula parecia “um pouco irritado” e teria perguntado se a OAS pagava propina ao PT no Brasil ou no exterior, segundo o relato.

O empresário disse que respondeu que pagava no Brasil. O ex-presidente arguiu se ele mantinha os registros dos pagamentos feitos ao tesoureiro do PT à época, João Vaccari Neto. O empresário disse que mantinha. Lula teria dito, segundo Pinheiro: “Você tem algum registro de algum encontro de contas, de alguma coisa feita com João Vaccari? Se tiver, destrua”.

“Ele me disse ‘olha, se você costuma ficar anotando documento, é melhor que você não participe de nada’. Ele foi muito duro na conversa comigo. Não sei lhe responder infelizmen­te por que ele estava tão irritado”, disse o empreiteir­o.

O empresário não esclareceu na audiência se ele seguiu o pedido de Lula ou não.

DINHEIRO DE PROPINA

Léo Pinheiro declarou que para bancar a reforma no triplex do Guarujá – cuja propriedad­e a Lava Jato atribui ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - “usou dinheiro de propina”. Foi uma resposta ao questionam­ento do advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins. “O sr. usou valores provenient­es da Petrobras para fazer alguma reforma nesse imóvel?”, perguntou o advogado.

A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteir­a OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebiment­o de vantagens ilícitas da empreiteir­a OAS por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e ao armazename­nto de bens do acervo presidenci­al, mantido pela Granero de 2011 a 2016.

“Não, não, não”, respondeu o empreiteir­o, já condenado na Lava Jato a 26 anos de prisão e que negocia delação premia-

Empresário diz que ex-presidente falou com ele após início de operação

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