‘Se puder, serei candidato’, diz Lula a rádio
da com a Procuradoria-Geral da República. “Usei valores de pagamento de propinas para poder fazer encontro de contas. Em vez de pagar X, paguei X menos despesas que entraram no encontro de contas. Só isso. Houve apenas o não pagamento do que era devido de propina”, afirmou ao ser questionado pela defesa do ex-presidente.
Pinheiro disse ao juiz Sérgio Moro que os gastos com a reforma correspondiam a todo o lucro que a construtora esperava obter do empreendimento e que, por isso, precisava reaver o que tinha sido gasto. “Tinha que ser dada uma solução e foi dada. A OAS Empreendimentos não teve prejuízos na reforma porque foi paga através da Rnest (Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco), da Petrobras, do encontro de contas dela e de outras obras. Isso está muito claro”, afirmou.
DONO DO APARTAMENTO
O ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, declarou ontem que “o apartamento era do presidente Lula”. O executivo se referia ao triplex do Condomínio do Edifício Solaris, no Guarujá, na Baixada Santista.
“O sr. entende que deu a propriedade do apartamento para o presidente?”, indagou o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins.
“O apartamento era do presidente Lula. Desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop já foi me dito que era do presidente Lula e sua família e que eu não comercializasse e tratasse aquilo como propriedade do presidente”, afirmou o empreiteiro.
O empreiteiro citou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, com quem teria tratado sobre o imóvel. “O João Vaccari conversou comigo, dizendo que esse apartamento, a família tinha a opção de um apartamento tipo, tinha comprado cotas e tal, mas que esse apartamento que eles tinham comprado estava liberado para eu comercializar. E foi comercializado e foi vendido. E que o triplex, eu não fizesse absolutamente nada em termo de comercialização”, disse. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que, “se puder”, vai disputar o Palácio do Planalto pela sexta vez em 2018. Ele disse, porém, que terá de aguardar para a decisão. “Vamos esperar o tempo passar, para a gente saber quem é que pode ser candidato, se eu posso ser candidato, se não posso ser candidato”, afirmou, sem explicar o que poderia impedir sua candidatura.
Lula é réu em cinco ações na Justiça e investigado na Operação Lava Jato. Se condenado e a decisão for confirmada em segunda instância, o petista fica inelegível.
Em entrevista à rádio Fan FM de Sergipe, Lula afirmou que será candidato “para ganhar, não para perder”.
Sobre as duas pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana, do Ibope e do Vox Populi/CUT, que afirmaram que Lula é o presidenciável com maior intenção de votos, o petista preferiu não comentar. “É muito cedo para a gente falar de pesquisa, ainda faltam praticamente dois anos para as eleições. Eu não gosto de comentar pesquisa”, disse. “Estou convencido de que, se eu for convidado, tenho condições de ganhar as eleições porque eu sei como cuidar das pessoas mais humildes de regiões diferenciais”, destacou.
Citado nas delações da Odebrecht, o ex-presidente não quis comentar as acusações e afirmou que prefere falar ao juiz Sérgio Moro no próximo dia 3, quando tem um depoimento marcado em Curitiba. “O que eu tiver que falar e o que eu penso, vou falar no dia 3. Não tenho que provar minha inocência, eles que vão ter que provar minha culpa”, disse Lula. “Eu duvido que encontrem 50 centavos meus em algum lugar do mundo. Podem continuar investigando”, afirmou.