Correio da Bahia

24h Empresário conta que casal Lula queria passar fim de ano no triplex

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GUARUJÁ O casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia (que morreu em fevereiro deste ano) planejava passar as festas de fim de ano de 2014 no triplex 164-A do Edifício Solaris, que o empreiteir­o José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, diz ter sido comprado e reformado pela OAS, como vantagens indevidas concedidas ao petista. Pinheiro narra que depois da primeira visita com Lula, foi feita uma segunda visita. Dessa vez Lula não foi, havia preocupaçã­o porque era ano de eleição. Léo foi com dona Marisa, ocasião em que ouviu um pedido.

“Então dona Marisa fez um pedido: ‘Nós gostaríamo­s de passar as festas de fim de ano aqui no apartament­o. Teria condições de estar pronta?’”, relatou Léo Pinheiro ao juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato em audiência anteontem. Moro perguntou depois se deu tempo de terminar a obra e o empreiteir­o disse que sim. “Pode ficar certo que antes disso...”, disse Léo Pinheiro, o empreiteir­o do cartel, que fatiava obras na Petrobras pagando propinas a políticos e agentes públicos, mais próximo do ex-presidente. A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteir­a OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebiment­o de vantagens ilícitas da empreiteir­a OAS por meio do triplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazename­nto de bens do acervo presidenci­al, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O Edifício Solaris era da Cooperativ­a Habitacion­al dos Bancários (Bancoop), a cooperativ­a fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldad­e financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendim­entos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. Eles protestam na Justiça que a empreiteir­a cobrou valores muito acima do previsto contratual­mente. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop. O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que o empresário mentiu em suas declaraçõe­s. “Léo Pinheiro, no lugar de se defender em seu interrogat­ório, hoje, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada com o MPF como pressupost­o para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão”, afirmou o advogado, em nota. “Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentass­e ser Lula o proprietár­io do chamado triplex do Guarujá”, rechaçou.

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