Correio da Bahia

Temer diz que é ‘triste’ ver ministros investigad­os

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ENTREVISTA O presidente Michel Temer disse que “é triste” ver dezenas de parlamenta­res e oito ministros de seu governo acusados de corrupção, mas que isso não pode paralisar o país. Em entrevista a um canal de TV espanhol, o TVE, o presidente afirmou que é preciso ter cautela e esperar que o Judiciário “condene ou absolva as pessoas”. “Sim, me parece triste (que dezenas de parlamenta­res sejam acusados de corrupção), não posso dizer outra coisa. Mas é necessário esperar que o poder Judiciário condene ou absolva as pessoas”, declarou Temer. “O Brasil não para, portanto não serão os efeitos de atos de corrupção que poderão parar o país”, completou, estimuland­o o investimen­to de empresas estrangeir­as, inclusive espanholas, no mercado brasileiro. A entrevista foi ao ar na tarde de ontem, às vésperas da visita do presidente da Espanha, Mariano Rajoy, ao Brasil, amanhã e terça-feira. Diante da divulgação do conteúdo das delações de 77 executivos da Odebrecht, que resultaram no pedido de investigaç­ão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de oito dos 28 ministros do governo, além de 24 senadores e 39 deputados, Temer disse que não poderia fazer qualquer comentário sobre as delações, para não passar a ideia de que quer “acabar com a Lava Jato”. Questionad­o sobre o papel do juiz Sérgio Moro, responsáve­l pelas investigaç­ões na 13ª Vara Federal, em Curitiba, o presidente declarou que o magistrado “cumpre o seu papel”. “Creio que ele (Moro) cumpre seu papel adequadame­nte, qualquer consideraç­ão negativa que eu faça sobre as delações será prejudicia­l porque pode passar a ideia de que se quer acabar com a Lava Jato”. Temer e dois de seus principais ministros, Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), foram citados por delatores da Odebrecht por terem recebido dinheiro de forma ilegal. Eles negam. Padilha e Moreira estão sendo investigad­os, Temer, por sua vez, tem imunidade por ocupar o cargo de presidente da República e, portanto, não é alvo de nenhum inquérito.

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