24h França tem eleição imprevisível para presidente
TENSÃO O ataque em Paris na noite da quinta-feira passada, deixando um policial morto e três feridos, adicionou tensão ao contexto da eleição para presidente, que acontece hoje na França. Apesar de pesquisas mostrarem que os eleitores estão mais preocupados com desemprego e a situação econômica do país, terrorismo e segurança, assim como a questão migratória, fizeram parte da agenda de campanha. Mas é difícil prever qual será o impacto desse ataque - que está sendo investigado como terrorismo e foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico sobre a decisão dos franceses. Mais de 230 pessoas já morreram em ataques terroristas desde janeiro de 2015 e o país continua sob estado de emergência. A candidata da Frente Nacional, Marine Le Pen, aproveitou para reforçar sua visão dura sobre segurança e migração. Segundo ela, o controle das fronteiras nacionais precisa ser restabelecido imediatamente. Com sua plataforma nacionalista, anti-imigração, anti-globalização e anti-União Europeia, ela deve ir para o segundo turno, disputando a presidência com o candidato de centro Emmanuel Macron, defensor da permanência da França no bloco europeu. De acordo com pesquisa da TV Francesa, divulgada quinta-feira, antes do ataque, Le Pen tem 22% das intenções de voto e Macron aparece logo à frente, com 25%. Se os dois chegarem ao segundo turno, a previsão é de que o centrista será eleito presidente. Mas um elemento importante adiciona imprevisibilidade ao resultado de hoje. Um quarto dos franceses que pretendem votar diz estar indeciso. A decisão de última hora deles pode colocar na disputa pelo segundo turno outros dois candidatos que, segundo a pesquisa da TV Francesa, estão empatados com 19% das intenções de voto: Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda radical, e conservador François Fillon. Para garantir a segurança dos eleitores, o presidente François Hollande mobilizou mais 50 mil policiais e agentes em todo o país, apoiados por 7 mil militares. Parte dos franceses que moram em territórios de ultramar e no exterior, incluindo na América Latina, como por exemplo a Guiana Francesa e ilhas do Caribe, e Estados Unidos, começaram a votar ontem, um dia antes que os eleitores em território metropolitano.