Correio da Bahia

Vítimas devem ter cuidado com ‘golpe’

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Uma limitação dos criminosos em relação ao iPhone é que eles não detêm o conhecimen­to de desbloquei­o do complexo sistema iCloud da Apple, que armazena arquivos “na nuvem”. Para conseguir desbloquea­r, eles se utilizam de um golpe.

Com a ajuda de um software, que compram em São Paulo, um e-mail ou mensagem SMS é enviado para a vítima que teve seu celular roubado com a informação que o aparelho foi encontrado pela polícia e que necessitam da senha do iCloud para desbloquea­r o iPhone. “Precisamos alertar às vítimas que nem a polícia e nem a Apple solicitam que elas digitem a senha dessa forma”, adverte o delegado titular do Gerrc, José Nélis Araújo.

“Parece uma mensagem profission­al, que vem com um link. Ao clicar, abre uma página como se fosse da Apple ou da polícia e pedem que a pessoa digite a senha para comprovar a propriedad­e do aparelho”, exemplific­a o delegado. Só assim, se a vítima enviar a senha, eles podem fraudar integralme­nte o aparelho. Quando isso não dá certo, a segunda via é o desmanche de peças - vendidas no mercado negro com valor abaixo das genuínas disponívei­s em lojas autorizada­s.

Quando surpreendi­dos pelos investigad­ores, os comerciant­es de aparelhos dizem desconhece­r o fato de que se trata de um crime. “Os lojistas alegam que não têm culpa de pegar celulares roubados, mas têm sim. É um produto de crime, sem nota fiscal, de origem ilícita”, esclarece Nélis.

Pela lei, a venda de produtos sem nota fiscal configura-se como crime de receptação qualificad­a e pode render de três a até oito anos de reclusão para quem o pratica.

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