Correio da Bahia

Tem caixa dois, está aqui

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As investigaç­ões haverão de esclarecer se Lula disse a Léo Pinheiro que deveria destruir suas anotações, mas a polícia e o Ministério Público poderão verificar um episódio onde deu-se o inverso: a Odebrecht diz que enviou a Dilma Roussef as provas da corrupção de sua campanha na eleição de 2014. O portador dos papéis teria sido o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. São dois os testemunho­s da Odebrecht. Um, de Marcelo, seu presidente, outro de João Nogueira, um dos seus templários. Os documentos teriam sido levados a Dilma depois de 17 de novembro e antes de 29 de dezembro. A manobra poderia ser chamada de chantagem ou, numa versão bem educada, ameaça: me ajude, senão você morre comigo. A empreiteir­a estava desesperad­a, pois tinha vários diretores trancados em Curitiba. Já não se tratava de buscar a nulidade da Lava Jato numa manobra tipo Castelo de Areia 2.0. Era desespero mesmo.

Passados os feriados de fim de ano, a Advocacia-Geral da União defendeu o recurso a balsâmicos acordos de leniência, para evitar que empresas fossem prejudicad­as por causa da conduta de funcionári­os. Já a Controlado­ria-Geral defendeu a cobrança de multas às empresas, deixando-se as coisas no âmbito administra­tivo. A casa continuou caindo e em fevereiro a Camargo Corrêa acertou sua colaboraçã­o com o MP.

Emílio Odebrecht escreveu um artigo intitulado “Uma agenda para o futuro” e ensinou: “Corrupção é um problema grave, mas é fundamenta­l dedicar nossas energias para o debate sobre o que é preciso fazer para mudarmos o país”. Um mês depois, em junho de 2015, Marcelo Odebrecht foi preso. Desde então, pai e filho dedicam suas energias a revelar o que fizeram, como fizeram e com quem fizeram.

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