Eleições na França: Macron e Le Pen vão disputar o segundo turno
APURAÇÃO Os resultados preliminares das eleições realizadas ontem na França apontam para o segundo turno disputado pelo centrista e ex-ministro da Economia Emmanuel Macron e pela ultradireitista Marine Le Pen. A decisão será no dia 7 de maio, quando os franceses voltam às urnas. Até a noite de ontem, com mais de 90% das urnas apuradas, Macron aparecia com 23,50% dos votos, enquanto Le Pen tinha 22,07%. Analistas indicavam uma vantagem ainda mais ampla para o centrista, já que a apuração tem início pelo interior, que é mais conservador. As pesquisas de boca de urna divulgadas pouco depois do fim da votação já indicavam que Macron receberia 23,9% dos votos e Le Pen teria 21,7%. Pela contagem oficial, o candidato da centro-direita François Fillon aparecia com 19,7% dos votos, seguido pelo nome da extrema esquerda Jean-Luc Mélenchon com 18,8%. Os dois reconheceram a derrota e, enquanto Fillon convocou seus eleitores a votar em Macron, Mélenchon disse que consultaria seus apoiadores antes de declarar apoio a outro candidato. O socialista Benoît Hamon, que deve alcançar cerca de 6% dos votos, também disse apoiar Macron. Em comício após a divulgação dos resultados, Macron pediu a seus apoiadores que tenham esperança na Europa e que se esforcem para garantir a unidade nacional. “Nós mudamos a cara da vida política francesa”, disse Macron, que é a favor do fortalecimento da União Europeia. “Eu falo sobre a Europa e defendo o projeto europeu. Há alguns anos, dizer isso seria um clichê. Hoje, é quase uma provocação”, afirmou
Já Le Pen disse que sua ida para o segundo turno é um “resultado histórico”. “Chegou a hora de livrar a nação francesa das elites arrogantes que querem ditar como devemos nos comportar”, declarou em discurso ontem à noite. “A União Europeia vai morrer, porque os povos não querem mais”, disse Le Pen durante sua campanha, defendendo do Brexit. Le Pen diz que se vencer as eleições iniciará negociações para que a França volte a ter soberania orçamentária, territorial, legislativa e monetária. Ela também prevê a saída da França da zona Schengen, de livre circulação de pessoas. A vitória de Macron e Le Pen é um golpe aos tradicionais Partido Socialista, atualmente no governo, e Republicanos (centro-direita), do ex-presidente Nicolas Sarkozy. Rejeitados nas urnas, eles agora abrem espaço para testar outras forças políticas.