Mônica Moura afirma que tratou de caixa 2 com Dilma Rousseff
Mônica Moura, a empresária que cuidava da parte financeira do marketing das campanhas eleitorais conduzidas por seu marido, o marqueteiro João Santana, afirmou ontem que tratou pessoalmente com a presidente afastada Dilma Rousseff repasses para a sua campanha de reeleição - em 2014 - por meio de caixa 2. A afirmação foi feita ontem, em depoimento à Justiça Eleitoral no processo que investiga a acusação de abuso de poder econômico da chapa Dilma-Temer. Se a acusação for considerada procedente, Dilma pode perder os direitos políticos e Temer ser cassado da Presidência República.
O depoimento de Mônica precedeu ao de Santana e foi feito na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no CAB, em Salvador. A oitiva, que durou mais de cinco horas, foi conduzida pelo ministro-relator do processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin, e transmitida via videoconferência para membros da Corte em Brasília. Mônica foi a primeira a falar e seu depoimento durou cerca de três horas. Santana falou por quase duas horas. O CORREIO apurou, os dois permaneceram tranquilos durante todo o depoimento. Eles responderam às questões feitas pelo ministro e não houve momentos de tensão durante a oitiva, que foi acompanhada também por três advogados da ex-presidente Dilma, aqui em Salvador, e pelos do presidente Michel Temer (PMDB), de Brasília.
O casal de marqueteiros chegou ao TRE por volta das 8h50 em um veículo de luxo e teve autorização para utilizar o estacionamento interno da instituição e, assim, evitar contato com a imprensa. Na saída, quase seis horas depois, deixaram o local evitando a imprensa.