Votação da Previdência deve ser adiada mais uma vez
IMPASSE Depois de novo adiamento da votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, líderes de partidos da base aliada fazem projeção “mais realista”. A expectativa é que o parecer do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) seja votado na comissão a partir de 8 de maio, e não na próxima terça-feira, 2, como previsto antes. Líderes aliados argumentam que é necessário mais tempo para debater o relatório e, assim, tentar diminuir as resistências da base aliada. Eles defendem que o texto precisa ser o “mais amarrado” possível, para evitar que a base apresente emendas ou vote favoravelmente a emendas apresentadas pela oposição. Além disso, acreditam que votar a reforma na comissão na próxima semana pode ser um risco, pois o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estará em viagem oficial no Líbano, representando o país em eventos da Diáspora Libanesa. Com isso, assumirá o comando da Casa o 1º vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), que é contra a reforma da Previdência. Atualmente, a comissão está discutindo o parecer. Pelo acordo feito entre a oposição e o governo, a discussão começou na última segunda-feira e deveria durar até hoje.
As mudanças na proposta de reforma da Previdência negociadas pelo governo já custaram R$ 189 bilhões da economia inicialmente prevista com a adoção de novas regras num período de 10 anos. O cálculo foi feito pelo Ministério da Fazenda. Em nota oficial, a Fazenda informa que, entre 2018 e 2027, a economia será de R$ 604 bilhões, e não mais os R$ 793 bilhões da avaliação anterior. O governo aceitou mexer em pontos fundamentais da reforma, como a idade mínima para a aposentadoria das mulheres e a regra de transição para quem já está no mercado de trabalho. E novas flexibilizações são negociadas pelo relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). De acordo com a área econômica do governo, a perda com as alterações feitas até agora representou 24% do ganho estimado inicialmente.