24h ‘Apartamento estava reservado para ex-presidente’, diz executivo
TRIPLEX O executivo Paulo Gordilho, ex-diretor da OAS, afirmou, ontem, ao juiz federal Sérgio Moro que “até final de 2013, se sabia que tinha esse apartamento reservado para o ex-presidente Lula”. Ele se referia ao triplex
164-A, no Edifício Solaris, no Guarujá, que a Operação Lava Jato atribui ao petista. Lula nega ser o dono do imóvel. “Até final de 2013, se sabia que tinha esse apartamento reservado para o ex-presidente Lula. Mas nós não fizemos nenhuma customização em nenhum prédio do Solaris até 2013”, contou. Segundo ele, as customizações começaram a ser feitas por outra área da empresa. “Ele era reservado, mas ele era tratado como um apartamento comum”, seguiu Gordilho. Moro questionou Gordilho sobre a maneira como ele soube que o triplex estava reservado a Lula. “Isso todo mundo sabia na OAS”, afirmou. Segundo Gordilho, durante uma reunião, em 2011, na qual estaria presente o executivo Fábio Yonamine, houve uma indicação sobre o triplex.
As acusações contra Lula são relativas ao suposto recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do triplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016. Paulo Gordilho afirmou que nunca esteve no Solaris com o ex-presidente, apenas com a ex-primeira-dama Marisa Letícia (que morreu em fevereiro deste ano vítima de um AVC). “Antes de 2013, eu tive umas quatro, cinco vezes, durante a rotina de obra, de 2011 a 2013. Fiz algumas visitas assim anuais ao prédio como um todo”, contou. O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente, disse em nota que as declarações destoam de informações passadas por outras testemunhas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, marcado para o próximo dia 10, seja transmitido ao vivo. O pedido ainda não foi feito oficialmente. A intenção de Lula, segundo interlocutores, é evitar que haja “vazamento seletivo” de trechos de seu interrogatório. O depoimento estava marcado, inicialmente, para o dia 3, mas foi adiado a pedidos de forças de segurança do Paraná.