Em crise, Venezuela anuncia que vai deixar a OEA
INÉDITO A Venezuela anunciou ontem a saída da Organização dos Estados Americanos (OEA), minutos depois de ser aprovada pelo organismo uma reunião de chanceleres sobre a crise no país. O movimento é inédito na OEA, criada em 1948. O encontro recebeu o apoio de 19 dos 34 países membros, incluindo o Brasil. Nele, os ministros avaliariam se Caracas seria suspensa do bloco por considerarem que o governo do presidente Nicolás Maduro violou a Carta Democrática Interamericana. Em discurso na TV estatal, a chanceler Delcy Rodríguez disse que a votação foi mais um indício da intenção da OEA de fazer uma intervenção liderada pelos americanos para derrubar o chavista. “Sabemos que por trás do conclave desse grupo há a intenção de intervir e tutelar nosso país, o que nunca acontecerá. Esses países mercenários e lacaios apoiaram a política para limitar o direito da Venezuela ao futuro”. Rodríguez chama de “mercenários e lacaios dos EUA” os países latinos que votaram a favor da reunião de chanceleres e criticam Maduro. Para a ministra, o avanço da violência nos protestos se deve à declaração da OEA tratando como violação a sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que tirava poderes do Legislativo, dominado pela oposição. O texto foi aprovado em 3 de abril e todas as 28 mortes nas manifestações ocorreram após essa data. “Foi justamente a ação que deu origem a essa onda de violência em que a direita achou que tinha permissão para fazer o que quisesse na nossa pátria”.