Achados e devolvidos
Roubados, achados e devolvidos em um intervalo de cerca de nove horas. Assim foi a quarta-feira de Ariel e Argus, cães da raça maltês, pai e filho de 9 e 7 anos, respectivamente.
Por volta das 5h40 de ontem, a analista de sistemas Fabrícia Rejane passeava com a dupla na Praça São Vicente, na Rua do Benjoim, no Caminho das Árvores, quando foi surpreendida por três homens em um Honda Fit preto. Dois dos bandidos desceram do veículo - um deles estava armado e exigiu que Fabrícia entregasse os animais. Após a ação, filmada por câmeras de segurança do local, os bandidos fugiram em direção à Rua do Jaborandi, também no Caminho das Árvores.
“Ele (um dos criminosos) anunciou o assalto, eu corri e ele veio com a arma”, contou a analista de sistemas. “Um perguntou se eu tinha algum celular, mas a primeira coisa que me disseram foi: ‘Me dê os cachorros’. Pedi: ‘Por favor, não leve meus cachorros’, mas ele veio de novo com a arma e os levou embora”, disse ela, por telefone, antes da notícia de que os dois tinham sido achados.
Em Salvador, cachorros da raça maltês estão à venda em petshops por até R$ 3 mil.
Pessoas que viram o caso na imprensa encontraram os cães na Ladeira do Canjerê, no cruzamento das avenidas Vasco da Gama com a Garibaldi. Um deles estava dentro de uma sacola da Louis Vuitton e o outro amarrado do lado. Os moradores deram água para os animais e avisaram à polícia. Eles não estavam machucados.
“Os cachorros já estavam nas mãos do comprador quando foram abandonados, porque esse cuidado de colocar dentro de uma sacola para disfarçar não é coisa de bandido. Os assaltantes não teriam essa preocupação. A pessoa que comprou os animais viu a repercussão, ficou com medo e abandonou os cachorros”, contou a delegada Maria Selma Lima, titular da 16ª Delegacia (Pituba).
A polícia ainda está em busca dos suspeitos.
Aliviada, a analista de sistemas comemorou a volta de Ariel e Argus que estão com ela desde pequenos. “Nunca imaginei que isso fosse acontecer. Já são nove anos fazendo as mesmas coisas. Já vi casos (de roubo de cachorros) e até já aconteceu no Caminho das Árvores, mas a gente nunca acha que vai acontecer com a gente. Sou muito apegada a eles e eles a mim”, disse ela. Na delegacia, durante o reencontro, um dos cães não queria deixar o colo da dona e o outro ficou se aconchegando entre as pernas de Fabrícia.
Como ela disse, não foi o primeiro caso em que cachorros são roubados. Em março, a dona dos cães Mailon, 3 anos, Aila, 2, Branca e Buldogue, 4 meses, viveu quase dois dias de agonia depois que os cachorros, da raça shih-tzu, foram levados de um condomínio, em Piatã. O acusado, Marcelo Silva Menezes, 31, foi contratado para adestrar os bichos e, no quinto dia de cuidados, sumiu com eles, para tentar vendê-los e pagar uma dívida de R$ 1.700.
Em 2014, dois cachorros da raça shih-tzu - Marley, 8 anos, e Scooby Doo, 3 - foram roubados também no Caminho das Árvores. Os dois foram recuperados pela polícia no dia seguinte. Marley foi encontrado na Fazenda Grande do Retiro, numa casa abandonada. Já Scooby Doo estava em São Caetano, onde duas pessoas foram presas pelo roubo.