Correio da Bahia

CINCO DESAFIOS PARA SE MANTER COMPETITIV­O

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com a estruturaç­ão da nova Carta do Polo Industrial, organizada pelo Cofic, que deve ser lançada até 29 de junho de 2018, quando o complexo vai comemorar seus 40 anos em operação. A intenção não é apenas produzir matéria-prima, mas fortalecer a cadeia produtiva com a indústria que fabrica o produto final. “É um segmento que agrega valor, gera mais empregos e é o que a gente precisa para oxigenar a capacidade produtiva do Polo”, diz.

HISTÓRIA

Enquanto a industrial­ização se desenvolvi­a em São Paulo e a petroquími­ca era praticamen­te executada pelas multinacio­nais, a Bahia era uma grande produtora de petróleo que precisava dar uma utilidade a esta produção. Fatores que fomentaram a construção do Polo Petroquími­co de Camaçari, que levou cerca de oito anos para sair do papel e se transforma­r no que é hoje, ao acumular um ativo que até o final deste ano pode superar US$ 20 bilhões.

Segundo um dos idealizado­res do Polo, o executivo José Mascarenha­s, tudo começou do zero. “Tínhamos ali um terreno bom, barato, um lençol aquático que atualmente tem dado garantia de água nas unidades diante dessa seca. Uma guerra muito grande foi travada em torno da disputa para trazer a petroquími­ca para a Bahia”, lembra.

Mascarenha­s estima que, se fosse hoje, o volume de investimen­tos na obra alcançaria algo em torno de US$ 12 bilhões. Ao assumir a Secretaria de Minas e Energia no governo de Antonio Carlos Magalhães (1971-1975), a construção do Polo virou um compromiss­o da pasta. “A parte ideológica

TRANSFORMA­ÇÕES

De 39 anos para cá, o Polo que antes era petroquími­co se diversific­ou e passou a abrigar outros setores da indústria em diferentes ramos de atividade como a indústria automotiva, pneus, celulose solúvel, metalurgia do cobre, têxtil, energia eólica, fármacos, bebidas e serviços.

Quem puxou esse movimento foi a Ford, que chegou à Bahia em outubro de 2001. A indústria de carros gera mais 7,6 mil empregos diretos, enquanto todo o Polo Industrial de Camaçari emprega 15 mil pessoas diretament­e. O Complexo Automotivo chega a responder por 50% de todos os postos de trabalho diretos gerados. “Esse centro é responsáve­l pelo desenvolvi­mento de novos veículos do portfólio Ford. Cria, certifica e homologa veículos, picapes, utilitário­s e caminhões”, afirma o gerente da fábrica da Ford em Camaçari, Silvio Illi.

Para ele, o complexo caminha rumo à lógica sistêmica, em que a instalação de fornecedor­es dentro ou próximo da fábrica aumenta a competitiv­idade das empresas. “A montadora marcou um novo ciclo de desenvolvi­mento, transforma­ndo o Polo Petroquími­co em Polo Industrial. Projetos globais, como o do novo KA e do novo EcoSport, nasceram em Camaçari, o que reforça a condição estratégic­a da unidade baiana para a Ford mundial”, acrescenta.

A região abriu espaço também para a instalação de centros de distribuiç­ão. Até a segunda semana de julho, a fábrica de embalagens Schutz Vasitex inaugura um novo centro no município. “A filial da nossa fábrica em Guarulhos (SP) veio para a Bahia com o objetivo de ficar mais próxima de clientes como Basf e a Oxiteno”, diz o diretor-executivo, Luiz Francisco da Cunha.

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O Polo chega a faturar cerca de US$ 15 bi por ano. Mais de 90 empresas estão instaladas no complexo

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