Governo da Venezuela bloqueia bens de opositora
CARACAS O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela autorizou o congelamento das contas da procuradora-geral Luiza Ortega Díaz, opositora ao governo do presidente Nicolás Maduro. Além de ficar impedida de vender suas propriedades, Ortega também não pode sair do país. A decisão é uma resposta à demanda apresentada pelo deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Pedro Carreño. O governo de Maduro vêm tentando neutralizar Luiza Ortega Díaz, que se tornou uma crítica ferrenha do chavismo e rompeu com o presidente há três meses. Para o governo, a deserção da procuradora-geral, antes uma aliada, deu força aos protestos populares que há cerca de três meses põem em xeque a administração de Maduro. A crise entre a procuradora e o presidente se agrava na proporção em que crescem os protestos contra ele. Ontem, o governo associou o piloto que conduziu o ataque contra a sede do Ministério do Interior e a Suprema Corte à Agência Central de Inteligência (CIA) e aos Estados Unidos. Em nome de Maduro, o ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, afirmou que o autor está sendo investigado por vínculos com a CIA e a embaixada dos EUA em Caracas, bem como por seus vínculos com um ex-ministro do Interior, que recentemente confirmou publicamente seus contatos com a CIA, sem citar o nome do ministro em questão. O inspetor-chefe da divisão de apoio aéreo da polícia científica da Venezuela, Oscar Pérez, foi o responsável por usar um helicóptero da corporação para sobrevoar as sedes do Executivo e do Judiciário em Caracas e exibir uma faixa contra Nicolás Maduro.