Cardeal graduado do Vaticano é acusado de pedofilia na Austrália

IGREJA CATÓLICA O cardeal George Pell, ministro das Finanças do Vaticano, foi acusado ontem de ter cometido múltiplos abusos sexuais contra menores, na Austrália. O religioso, 76 anos, é a autoridade de maior graduação no alto escalão da Santa Sé a enfrentar acusações de pedofilia, que têm sido recorrentes na Igreja Católica nas últimas duas décadas. Pell deverá comparecer a uma Corte em Melbourne, em 18 de julho próximo, afirmou o vice-comissário de polícia do estado de Victoria, Shane Patton. Em Roma, o cardeal afirmou à imprensa que era “inocente de todas as acusações” e que voltaria à Austrália para limpar seu nome. O cardeal afirmou ainda que o papa Francisco, com quem discutiu o assunto anteontem, deixou que ele se afastasse de suas funções para viajar. O porta-voz do Vaticano, Greg Burke, afirmou que o pontífice está triste com as acusações. No ano passado, o papa afirmou a repórteres que não iria comentar o caso “até que a Justiça corresse seu curso”. O Vaticano e outros líderes católicos têm confrontado escândalos de abuso sexual e pedofilia desde 2002. Em 2014, o papa instituiu uma comissão para investigar o problema, presidida pelo cardeal de Boston, Sean O’Malley, mas o trabalho tem sido marcado por controvérsias. Uma das duas vítimas que integravam a comissão deixou o grupo no ano passado após criticar o papa; enquanto a outra se retirou este ano em protesto contra o que considera uma falta de ação do Vaticano em relação ao problema.