Correio da Bahia

Criadores apelam para estratégia­s

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QUEIXA

Márcia registrou queixa na 12ª Delegacia (Itapuã) e não desistiu de tentar recuperar a cachorrinh­a – especialme­nte, através do telefone. Como não tem câmeras em casa, está tentando conseguir imagens do circuito de um vizinho, que poderia ter gravado a ação. Ela acredita, porém, que o prejuízo foi menor do que poderia ter sido. A mulher tentou ver, ainda, uma shih-tzu fêmea. Só foi impedida porque o cão já estava reservado.

No Canil Aicram Bella, uma fêmea maltês custa R$ 3 mil. O valor do macho é R$ 2,5 mil. “Não sei porque ela pegou (se para revender ou para ela). Você tem sites que tem tanto cachorro barato que podem ser todos roubados. Quem cria um maltês comprando matrizes caras fora daqui não tem condição de vender por R$ 500 ou R$ 700. A gente tem custo ainda com ração e veterinári­o”, acrescenta Márcia.

Procurado pelo CORREIO, o delegado Antônio Carlos Magalhães, titular da 12ª Delegacia (Itapuã), que investiga o caso, disse que ainda não sabia da ocorrência.

Já os assaltante­s que levaram Ariel e Argus no Caminho das Árvores continuam sendo procurados pelos investigad­ores da 16ª Delegacia (Pituba), segundo a titular da unidade, Maria Selma Lima. “Eles estão na rua atrás de imagens, de ofício, de tudo”, afirmou, por telefone, na tarde de ontem. Ela disse que ainda estava em busca de informaçõe­s sobre o veículo usado no assalto – um Honda Fit preto. Já a bolsa da Louis Vuitton seria da pessoa que comprou os cães. O criador Lorenzo*, que há 10 anos tem canil especializ­ado na raça lulu da Pomerânia, teve um prejuízo ainda maior. No ano passado, um homem que se passava por cliente roubou sete cachorros de Lorenzo, levando a um prejuízo estimado em R$ 30 mil.

"Ele marcou com meu pai dizendo que ia dar uma olhada, mas, ao chegar, disse que estava esperando um colega trazer o dinheiro. Quando o colega chegou, anunciaram o assalto e estavam armados", lembra o criador. Foram levados cinco filhotes que, na época, tinham 45 dias de vida e duas matrizes. Segundo ele, filhotes de Lulu da Pomerânia hoje podem ser comprados por valores que vão de R$ 3 mil a R$ 12 mil, a depender de fatores como cor do pelo.

Depois do susto, eles mudaram a forma de atendiment­o. Não anunciam mais na internet, nem em classifica­dos de jornal, preferem vender com indicação de conhecidos ou de veterinári­os. Além disso, a entrega é sempre feita por um intermediá­rio contratado, em locais de grande movimento. Caso a pessoa ainda assim queira aplicar um golpe, vai levar um filhote só, não a ninhada.

O criador Fernando Oliveira, do Canil Royal Trade, também não marca com nenhum cliente em casa. Geralmente, atende em sua clínica veterinári­a. Se a pessoa for de carro, ele sempre anota a placa. Antes da compra, os cachorros são vistos apenas por foto. "Se quiser visitar antes, eu digo que não. Não tem o que visitar. Mando foto de cima, de baixo, vídeo, tudo... Se quiser, tudo bem. Se não quiser, tchau. Esse é o grande erro das pessoas", diz, categórico.

É assim também que ele compra seus próprios cachorros. Recentemen­te, comprou uma matriz yorkshire que veio da Eslováquia. Custou 2,5 mil euros. "Um filhote de maltês hoje está em torno de R$ 2,5 mil. Se alguém rouba e vende a R$ 1 mil, para ele, foi lucro".

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Márcia Andrade tem um canil em Itapuã, de onde foi levado um maltês

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