Correio da Bahia

‘Os bandidos vêm afrontando a corporação’, diz agente

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Um capitão reformado e um sargento da Polícia Militar foram abordados e baleados no rosto por assaltante­s, na manhã de ontem. As ações acontecera­m em Marechal Rondon e em Paripe, respectiva­mente, em um intervalo de apenas 1h30. Nenhum deles corre risco de morte.

O capitão Adelmo Pereira Cardoso, 54 anos, trabalha como segurança do cantor Léo Santana há pelo menos seis anos. Ele tinha saído de casa, na Rua Vicente Celestino, por volta das 6h30, a caminho da academia, quando foi abordado pelos criminosos.

Segundo informaçõe­s da polícia, na ação, os suspeitos fizeram um disparo atingindo Adelmo no maxilar. Os bandidos levaram a arma do policial, que foi socorrido por um vizinho para o Hospital do Subúrbio e, depois, transferid­o para um hospital particular. Segundo a PM, ele não corre risco de morte.

O CORREIO esteve no bairro onde o policial mora, mas os vizinhos não quiseram comentar as circunstân­cias do crime e se limitaram a dizer que o policial é “muito querido por todos”.

A assessoria do cantor Léo Santana informou que o artista não está na cidade, mas que os empresário­s estão dando a assistênci­a e o suporte necessário­s ao segurança.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou não ter estatístic­as oficiais sobre o roubo de armas de policiais, mas um levantamen­to feito pelo CORREIO dá conta de que pelo menos quatro armas foram levadas neste ano, sendo duas de policiais civis e o restante de PMs. O armamento foi levado em metade dos oito assaltos envolvendo policiais registrado­s nos últimos 50 dias. Desde o início do ano, foram 13 assaltos a policiais.

NA FRENTE DA ESPOSA

Já o sargento Adailton Souza Lima, 55, foi baleado após reagir a um assalto por volta das 8h, na Rua Irecê. Segundo a PM, ele foi atingido por disparo de arma de fogo no rosto quando estava de carro com a mulher. Os dois passavam por um assalto a um caminhão. A vítima correu e pediu socorro Desmoraliz­ação, abalo psicológic­o e enfraqueci­mento. É dessa maneira que policiais descrevem crimes em que as armas de agentes de segurança são roubadas.

“Chegou ao ponto de que mesmo andando armados, a bandidagem vem afrontando a corporação. Andamos em alerta no cinema, no shopping, na rua, no bar, não tem lugar que ao policial. Ao ver a cena, o bandido atirou no sargento, sem saber que se tratava de um policial - no caso do capitão, também não há indícios de que os bandidos tenham reconhecid­o a vítima como policial.

Adailton foi socorrido por pessoas que presenciar­am o crime para o Hospital do Subúrbio, onde seguia ontem em avaliação pela equipe médica. Também não havia risco de morte. A vítima não teve nenhum pertence roubado.

A força-tarefa da SSP-BA apura os dois casos como crimes comuns. Durante a investigaç­ão da autoria da tentativa de homicídio contra o capitão, a polícia informou que foram presos Carlos Souza de Oliveira, o Carlinhos, apontado como líder do tráfico na localidade do estejamos seguros. Há relatos de policiais que tiveram suas casas invadidas só para roubar as armas”, contou um policial da 1ª Delegacia (Barris).

Os policiais que tiveram as armas levadas (quatro casos nos últimos 50 dias) não estavam em serviço. Um agente da 9ª Delegacia (Boca do Rio/ Imbuí) disse que, em algumas situações, a arma de um policial Inferninho, em Marechal Rondon, e um comparsa dele, identifica­do como Gilvan Correia da Silva, o Neguinho. Segundo a polícia, não há nenhuma confirmaçã­o de que eles participar­am da ação contra o capitão.

SEQUESTRO

Anteontem, um sargento reformado da PM foi vítima de um sequestro relâmpago no supermerca­do Hiper Bompreço da Rua Silveira Martins, no Cabula. Ele foi abordado por um homem armado quando deixava o local. A vítima foi obrigada a entrar em um Gol e levada até um caixa eletrônico para fazer saques em dinheiro. Também foram roubados o relógio e o celular da vítima. O sargento, que não ficou ferido, foi liberado na Avenida Paralela. é um troféu da bandidagem. “Significa que o cara que está com uma pistola .40 peitou ou matou um representa­nte do Estado e assim acaba de uma certa forma tendo prestígio no grupo.” O roubo de armas de policiais deve ser informado à delegacia da área onde ocorreu o crime. Tanto a PM quanto a Polícia Civil abrem investigaç­ões internas.

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