Sons da liberdade
O ano era 1822 e as câmaras municipais das vilas de Santo Amaro, São Francisco do Conde e Cachoeira já haviam decidido apoiar o governo de D. Pedro, no Rio de Janeiro. Durante o ataque à Câmara de Cachoeira, a primeira vítima a tombar foi um músico. Desde então, as filarmônicas passaram a ser um dos marcos do desfile do 2 de Julho.
História, cultura, cor e música se reunirão novamente em 2017, na festa da Independência da Bahia em três momentos: amanhã, às 16h, o Teatro Castro Alves recebe o II Encontro de Filarmônicas, com ingressos distribuídos na bilheteria do teatro, a partir das 15h. No domingo, durante o 26º Encontro de Filarmônicas no Dois de Julho, com evento também aberto ao público e realizado em frente ao Monumento ao 2 de Julho. E na segunda, no Baile da Independência, no mesmo local.
Participam da primeira etapa das apresentações a Filarmônica Guerreiros do Sol (Dias D’Ávila), Filarmônica 19 de Setembro (Ibipeba), Filarmônica e Coral Juvenil 4 de Janeiro (Itiúba), que integram a Federação das Bandas Filarmônicas da Bahia (Febaf). O Neojiba participa do encontro com sua Banda Sinfônica e com a Banda Sinfônica Portal do Sertão, do Núcleo Antônio Gasparini, sediado em Feira de Santana.
“Nos orgulhamos em colaborar com o trabalho feito pelas filarmônicas da Bahia e de disponibilizar o palco do Teatro Castro Alves, esse espaço significativo da cultura, para esse momento festivo”, afirma Eduardo Torres, diretor musical do Neojiba.
Na festa do dia 2 estarão presentes o Coral e Filarmônica da Casa Pia e Colégio de Órfãos de São Joaquim e Banda de Música da Guarda Municipal, com regência do maestro Fred Dantas; a Banda de Música da Guarda Municipal de Salvador, sob regência do maestro Hamilton Fernando; a Filarmônica 19 de Setembro de Ibipeba, regida pelo mestre Gerry Andrade; a Filarmônica União dos Artistas, da Ilha de Bom Jesus dos Passos, com regência do mestre Josias Monteiro; Filarmônica Terpsícore Popular de Maragogipe, regida por Roque Adson; e a Oficina de Frevos e Dobrados, com regência do maestro Fred Dantas, seguido de participação especial da soprano Irma Ferreira.
Para o realizador do 26º Encontro de Filarmônicas, o maestro Fred Dantas, esse encontro possibilita manter viva a tradição das filarmônicas, que foram as primeiras escolas de formação musical surgidas no Brasil longe da formação religiosa das igrejas. “Há 200 anos, as filarmônicas realizam o propósito de formar crianças e jovens baianos. Hoje, no estado, são 190 filarmônicas lutando bravamente para manter esse trabalho, por isso, nessa oportunidade, buscamos prestar uma homenagem a esse patrimônio cultural”, diz o maestro.