24h Atividade econômica recua 0,51% em maio
QUEDA Após avançar 0,15% em abril, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,51% em maio, informou a instituição ontem. O resultado foi pior que o esperado pelo mercado financeiro, que passou a enxergar chances ainda maiores de o país ter encerrado o segundo trimestre do ano com retração no Produto Interno Bruto (PIB). Considerado uma espécie de “prévia” do PIB que é medido pelo IBGE a cada trimestre -, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. O resultado de maio decepcionou. Pesquisa entre economistas do mercado financeiro, feita pelo Broadcast Projeções, indicava a expectativa de avanço de 0,20% do indicador. Medido em pontos, o IBC-Br passou de 134,46 para 133,77 pontos de abril para maio, na série com ajustes sazonais. É o menor nível desde janeiro. Parte do desempenho ruim é explicada pelo agronegócio. Se por um lado a safra recorde de grãos contribuiu para o avanço do IBC-Br em abril, a desaceleração do setor em maio prejudicou o índice. Para piorar, o IBC-Br de junho, na visão de alguns economistas, pode ter impacto negativo da crise política deflagrada em meados de maio. “O IBC-Br mostra um quadro de recuperação instável e bastante frágil. E, em um cenário de instabilidade política, o ritmo de retomada diminui ainda mais”, avaliou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. “Sem dúvida, os dados de junho devem mostrar algum impacto das incertezas. Os índices de confiança do mês já captaram esse efeito.” Para alguns economistas, os números do IBC-Br indicam chances maiores de o PIB, que subiu 1% no primeiro trimestre após oito trimestres de retração, voltar a recuar no segundo trimestre deste ano. No acumulado de 2017, o IBC-Br registra baixa de 0,05% e, nos 12 meses até maio, recuo de 2,23%. Hoje, tanto o Ministério da Fazenda quanto o Banco Central projetam avanço de 0,5% para o PIB em 2017. Mas para a Tendências Consultoria Integrada, o PIB subirá 0,3% no ano.