24h Eike já produziu 8 anexos de possível delação
NEGOCIAÇÃO O empresário Eike Batista e seus advogados produziram ao menos oito anexos da sua proposta de delação premiada que será entregue ao Ministério Público Federal (MPF) no Rio, segundo informações apuradas pela Agência Estado. Nesse momento, os principais nomes citados na possível colaboração de Eike são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Eike pretende detalhar lobby que teria sido feito por Lula em favor das empresas do Grupo X. O empresário, no entanto, irá ponderar que o petista nunca fez pedido formal para que contribuísse em campanhas. No caso de Mantega, ele pretende detalhar pedido do ministro para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT. Eike já prestou depoimento no ano passado à força-tarefa da Lava Jato sobre o tema. Já Cabral teria cobrado propina de ao menos duas empresas de Eike, a petroleira OGX e a OSX, braço de construção naval do grupo.
A defesa do fundador do Grupo X está agora colhendo anexos de executivos e ex-executivos das empresas de Eike, que podem corroborar as suas declarações. Nesse momento, há cinco executivos colaborando, segundo fontes. O empresário recorreu a eles em busca de detalhes, porque ficava na holding do grupo, a EBX, e não se envolvia no dia a dia das companhias.
Procurado, o MPF informou que não se manifesta sobre tratativas de acordos de delação. O advogado de Eike, Fernando Martins, não quis comentar o caso.
Eike foi preso no início do ano em desdobramento da operação que prendeu Cabral. Atualmente, Eike cumpre prisão domiciliar no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Nesse processo, o fundador do Grupo X foi indiciado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele teria pagado US$ 16,5 milhões em propina ao suposto esquema liderado por Cabral para ter benefícios em seus negócios. Além disso, teria desembolsado R$ 1 milhão em propina ao ex-governador, por meio de contrato fraudulento com o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador.