Eduardo Cunha fica de boca fechada em depoimento
CURITIBA O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB/RJ) se calou ontem na Polícia Federal (PF) em Curitiba. Intimado a depor no inquérito que apura seu suposto envolvimento em desvios e fraudes no Fundo de Investimentos do FGTS da Caixa, o ex-deputado preferiu ficar em silêncio e não respondeu a nenhuma das perguntas feitas pela PF.
Cunha está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, desde o mês de outubro, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, que o condenou na Operação Lava Jato a uma pena de 15 anos e quatro meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara também é alvo da Operação Cui Bono, da PF em Brasília. A investigação aponta uma ligação do ex-deputado em operações fraudulentas de financiamentos milionários com recursos do FI-FGTS direcionados a grandes grupos empresariais.
Ele foi removido do Complexo de Pinhais para a Superintendência da PF em Curitiba por volta das 10h da manhã. Seu advogado, Délio Lins e Silva, o acompanhou na audiência que durou cerca de 20 minutos. O defensor disse que o ex-deputado ficou em silêncio porque o inquérito apura os mesmos fatos de ação penal em curso. O advogado também afirmou na saída da PF que Eduardo Cunha não está fazendo delação premiada. Segundo Délio, não existe negociação para um acordo de colaboração. “Ele ficou calado porque o depoimento era referente aos mesmos fatos que estão em apuração lá na ação penal em Brasília. Não existe negociação de delação, não existe qualquer acordo de delação, pretensão de acordo de delação, nenhum anexo foi entregue como está sendo ventilado”, disse o advogado de Cunha.