Correio da Bahia

Pior estreia, impossível

- Fernanda Varela fernanda.varela@redebahia.com.br

O Paysandu é o primeiro clube do Brasil a ser indiciado por homofobia. Ontem, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) confirmou a denúncia contra o clube paraense por desordem e discrimina­ção homofóbica. O episódio ocorreu no dia 30 de junho, quando o Paysandu enfrentou o Luverdense, no Estádio da Curuzu, em Belém, pela Série B do Campeonato Brasileiro. O julgamento está marcado para a próxima quarta-feira, a partir das 15h.

Ao final do jogo entre Paysandu e Luverdense (empate de 1x1), um grupo de torcedores foi em direção aos membros da torcida organizada Banda Alma Celeste para tirar satisfaçõe­s e questionar uma atitude da torcida, que estendeu uma bandeira com as cores do arco-íris no dia do Combate à Homofobia, 17 de maio, no empate contra o Santos, no Mangueirão, pela Copa do Brasil.

O Paysandu chegou a apoiar a manifestaç­ão em seu Twitter, mas o ato incomodou alguns torcedores e a polícia precisou interferir e conter os envolvidos.

A denúncia foi feita pela procurador­ia do STJD, que viu as imagens do jogo e identifico­u que houve confusão e agressões na arquibanca­da. Como não relatou nada em súmula, o árbitro da partida, o gaúcho Jean Pierre Gonçalves Lima, foi denunciado no artigo 266 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e pode ser suspenso por 30 a 360 dias, além de ter que pagar multa que varia de R$ 100 a R$ 1 mil.

Já o Paysandu foi denunciado no artigo 213, inciso I, parágrafo 1º do CBJD, acusado de não garantir a prevenção ou repressão das desordens. Segundo a procurador­ia, “restou evidente que o tumulto, a desordem, a briga generaliza­da trouxeram riscos à integridad­e física de torcedores em geral, inclusive verdadeiro­s torcedores e que nada têm a ver com as práticas delituosas constatada­s”. Caso seja condenado, o clube pode pagar multa entre R$ 100 e R$ 100 mil, além de sofrer perda de até 10 mandos de campo.

Paysandu é primeiro clube a ser denunciado por homofobia

PUNIÇÃO

A denúncia mostra que a homofobia partiu de alguns torcedores, após a Banda Alma Celeste se manifestar contra a discrimina­ção no estádio. Por isso, o Paysandu responderá ao artigo 243-G do CBJD, por “praticar ato discrimina­tório, desdenhoso ou ultrajante, relacionad­o a preconceit­o em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiênci­a”. A pena é de R$ 100 a R$ 100 mil.

O Papão ainda corre o risco de perder pontos na disputa da Série B, já que o parágrafo cita que “caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultanea­mente por consideráv­el número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos”.

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Banda Alma Celeste incentiva o combate à homofobia no futebol

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