Janot diz que ‘não tem pressa’ para fazer nova acusação contra Temer
PGR O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que “não tem pressa” em apresentar uma nova acusação contra o presidente Michel Temer no caso JBS. A nova denúncia poderá atribuir ao presidente crime de obstrução de Justiça. A primeira, que imputa corrupção passiva a Temer, patina na Câmara, única instância que pode ou não autorizar abertura de ação penal contra o presidente. “Se até o último dia do meu mandato houver provas, não vou deixar de cumprir meu ofício e vou apresentar uma nova denúncia”, afirmou Janot, durante palestra ontem nos Estados Unidos.
Indagado sobre qual será sua reação se a Câmara rejeitar a primeira acusação formal a Temer, o procurador declarou. “Como eu vou aceitar a decisão da Câmara? Com a maior naturalidade possível. Eu fiz o meu trabalho. Cada um faz o seu. O meu trabalho está feito. Eu não vou insistir nessa denúncia, porque eu não tenho como tecnicamente insistir nessa denúncia. A denúncia está oferecida, os fatos estão descritos. (...) Não autorizou o processamento, ela vai ficar suspensa”, disse. “Eu vou fazer o meu trabalho, como fiz até agora. Se alguma investigação chegar, estiver madura até 15 de setembro, ofereço a denúncia. Como se não estiver madura, porque não se obteve nada, peço arquivamento. Fico aguardando a troca de bastão na Procuradoria-Geral da República para o prosseguimento dela”, afirmou. O procurador reiterou que o Ministério Público “não tem pressa e nem retarda denúncia, o que depende é a investigação”.
Ele argumentou: “Existem investigações em curso. Essas investigações, uma está mais adiantada que a outra, se até o dia 15 de setembro que é o último dia útil do meu mandato, eu tiver esse quadro definido, eu não posso, sob pena de prevaricar, deixar de praticar o meu ato de ofício”. O troca-troca de parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que garantiu ao presidente Michel Temer (PMDB) uma vitória contra denúncia por corrupção, foi visto pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como parte do “jogo político”.