Correio da Bahia

Fundo eleitoral tem mais dinheiro que 7 ministério­s

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REFORMA POLÍTICA Os R$ 3,6 bilhões que devem ser destinados ao fundo público eleitoral se a reforma política for aprovada pelo Congresso superam o orçamento anual de um quarto dos ministério­s do governo. Levantamen­to feito pelo Estado mostra que pelo menos sete pastas têm um valor menor ou igual ao fundo. O valor deverá ser destinado aos partidos políticos para as eleições de 2018. O Ministério do Meio Ambiente conta com um orçamento apenas ligeiramen­te maior: R$ 3,8 bilhões. O Ministério do Turismo, por exemplo, possui R$ 343 milhões para custear despesas e realizar investimen­tos no setor. Já o orçamento do Esporte é de R$ 960 milhões e do Ministério da Transparên­cia, de R$ 986 milhões. Cultura (R$ 2,5 bilhões), Indústria e Comércio Exterior (R$ 2,6 bilhões), Advocacia-Geral da União (R$ 3,5 bilhões) e Relações Exteriores (R$ 3,6 bilhões) completam a lista. Esses valores correspond­em ao orçamento das pastas antes do corte adicional de R$ 5,9 bilhões anunciado pelo governo no fim do mês passado. A proposta de criar o fundo consta no relatório aprovado na quarta-feira passada pela comissão especial que debate a reforma política na Câmara. O texto, que também aprovou a mudança do sistema eleitoral para o chamado “distritão”, ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado. Para valer para 2018, as medidas têm de ser aprovadas nas duas Casas até o final de setembro. Apesar de polêmico, a criação do fundo é praticamen­te consenso entre os parlamenta­res, já que a classe política busca uma maneira de abastecer os caixas das campanhas após a proibição das doações empresaria­is e as investigaç­ões da Operação Lava Jato.

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