Pensadora Camille Paglia fala sobre feminismo e cultura pop no TCA
CONFERÊNCIA A intelectual e crítica americana Camille Paglia, 70 anos, desembarca hoje em Salvador para participar do projeto Fronteiras Braskem do Pensamento, que acontece às 20h30, no Teatro Castro Alves. Na capital baiana, o evento já recebeu o escritor moçambicano Mia Couto, em julho. Em setembro, a atração é a ativista dos direitos humanos Graça Machel. Intelectual influente e uma das principais teóricas do pós-feminismo, Camille é conhecida por suas opiniões polêmicas sobre temas como feminismo, sexualidade, política, religião e cultura pop. A importância dela no universo intelectual caracteriza-se pela quebra de paradigmas e por uma relação tênue entre vida pública e privada, ao assumir-se, ainda na universidade, como homossexual, sofrendo, segundo suas próprias declarações, preconceito de colegas e professores. Apesar da formação clássica, Paglia valoriza a cultura popular e massiva no ambiente acadêmico. No início dos anos 1990, despontou como escritora com o livro Personas Sexuais, em que resgatava a influência dos papéis sexuais e do sexo na história da arte e da literatura. Apesar de ser declaradamente feminista, já sofreu muitas críticas por suas ressalvas. “Sou a favor da igualdade: peço o fim das barreiras ao avanço da mulher. No entanto, sou contra o protecionismo especial para as mulheres”, afirma. No seu livro mais recente lançado no Brasil, Camille retorna aos seus estudos de origem: em Imagens Cintilantes, destaca a história das artes plásticas a partir de 29 obras representativas de estilos e contextos sociais, do túmulo da rainha Nefertari do Egito ao cinema do diretor americano George Lucas. Camille Paglia é professora da The University of the Arts, na Filadélfia, desde 1984. Liberal, define-se a favor da liberação de drogas, aborto, prostituição e pornografia. Tornou-se muito conhecida após publicar, no início dos anos 90, um artigo em que apontava Madonna como o futuro do feminismo.