Correio da Bahia

Moradores e lojistas ameaçados devem registrar ocorrência

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De acordo com o delegado do Grupo Especial de Repressão a Crimes por Meios Eletrônico­s (GME), João Carlos Cavadas, os comerciant­es e moradores que receberem mensagens por redes sociais ou aplicativo­s de comunicaçã­o e se sentirem ameaçados devem procurar qualquer unidade policial e registrar o fato.

“O GME é um grupo de suporte. Nós auxiliamos as delegacias e demais grupamento­s policiais nas investigaç­ões. O DHPP ou qualquer outra unidade nos passa as informaçõe­s sobre o número do telefone, nos encaminha o áudio e desdobramo­s a investigaç­ão”, afirmou Cavadas ao CORREIO.

O delegado contou ainda que, muitas vezes, o temor causado pela divulgação das mensagens é maior do que o que realmente representa. “Situações de toque de recolher existem, mas a repercussã­o é grande porque esses casos geram muito medo e comoção. Então, muitas situações aparentam ser mais graves”, afirma ele.

Cavadas alerta que o melhor a se fazer ao receber uma mensagem com esse tipo de conteúdo é procurar a polícia e, em hipótese alguma, encaminhá-la para outros grupos e contatos. “Pelo simples fato da pessoa retransmit­ir uma mensagem ela já poderá responder judicialme­nte”, disse o delegado.

Ainda segundo Cavadas, o encaminham­ento do conteúdo para a polícia, inclusive, deve ser feito obrigatori­amente de modo presencial. “A pessoa não pode mandar por e-mail, WhatsApp ou qualquer outra forma. Ela deve se dirigir até uma unidade policial e fazer o registro”, orientou o policial. Apesar do registro, os prejuízos, muitas vezes, não podem ser recuperado­s. É o que diz o presidente do Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas), Paulo Mota. “Venda perdida é venda perdida. Não se recupera. Cabe aos lojistas apenas continuare­m trabalhand­o para atender os clientes da melhor maneira possível”, disse Mota, em entrevista ao CORREIO.

Ele afirmou ainda que o comércio deve cobrar do poder público as ações para reverter esse quadro. “Os impostos que pagamos devem ser revertidos para o bom funcioname­nto do comércio”, afirmou.

Segundo Mota, muitos comerciant­es estão recorrendo à segurança privada como alternativ­a para manterem suas portas abertas: “Eu não concordo com isso, porque já pagamos impostos. E se o estado fosse menos omisso, não haveria necessidad­e dessa segurança paralela”.

A SSP informou que vem realizando trabalhos preventivo­s quando toma conhecimen­to de possíveis ameaças a determinad­a localidade.

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