Correio da Bahia

‘É muito preocupant­e que pessoas fora da lei ditem regras’

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Para falar sobre o terror imposto por criminosos em ações como toques de recolher, o CORREIO procurou o professor da Universida­de Federal do Ceará (UFCE) e coordenado­r do Laboratóri­o de Estudo da Violência (LEV), César Barreira. Ele vê essas práticas facilitada­s pela ausência do estado em locais, geralmente, pouco assistidos. Graduado em Ciências Sociais pela UFCE, com mestrado em Sociologia pela Universida­de de Brasília (UNB) e doutorado na Universida­de de São Paulo (USP), também em Sociologia, Barreira sugere as Unidades de Polícia Pacificado­ra (UPPs) como uma alternativ­a, aliada à implantaçã­o de equipament­os públicos. Aqui em Fortaleza enfrentamo­s o mesmo problema. As pessoas que estão fora da lei passam a ditar as regras. Isso é preocupant­e. É como se tivéssemos duas leis. Situações como essas demonstram a ausência do poder público no controle social. É como se os bandidos estivessem ocupando o lugar do estado.

Os locais onde ocorrem os toques

A curto prazo é necessário que sejam criadas bases comunitári­as, a exemplo das Unidades de Polícia Pacificado­ra (UPPs), no Rio de Janeiro. É uma forma do estado demonstrar presença e dar visibilida­de à sua existência. Acopladas a essas bases, é necessário desenvolve­r políticas sociais através da implantaçã­o de escolas, postos de saúde e equipament­os de lazer e esporte. Devemos desconstru­ir a ideia de que a violência deve ser combatida com violência.

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