Pesquisa: 4,1 milhões de brasileiros entraram na faixa de pobreza
CRISE ECONÔMICA Um relatório publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), na segunda-feira (14), e divulgado ontem, mostra que o percentual de pessoas pobres no Brasil cresceu a partir de 2015. O estudo revela que 4,1 milhões de brasileiros entraram para a faixa de pobreza, sendo que, desse total, 1,4 milhão agora estão na faixa de extrema pobreza. Segundo as conclusões do estudo, a crise econômica no país - e o consequente aumento do desemprego - foi o principal fator do empobrecimento de parte da população. O relatório foi feito em conjunto com o PNUD (Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento) e a Fundação João Pinheiro, e levou em conta dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Ainda segundo a pesquisa, a parcela da população considerada pobre estava em queda no país desde 2011, quando o índice era de 12,41% da população. Em 2014, o percentual de pobres era de 8,10%, mas voltou a crescer em 2015, alcançando 9,96% dos brasileiros. No mesmo período, o percentual dos considerados extremamente pobres subiu de 3,01% para 3,63%. Entre 2014 e 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 3,8%, registrando o pior desempenho da economia em 25 anos. Para a análise, foram consideradas famílias na faixa de pobreza, aquelas cuja renda per capita era menor que R$ 127,50, em agosto de 2010, data do último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE). O PNAD leva em conta os dados do censo. Esse valor, por sua vez, equivalia a um quarto do salário mínimo da época, que era de R$ 510. Já a faixa de extrema pobreza contemplava todos aqueles com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 70, em
2010. O estudo revelou ainda crescimento no percentual de brasileiros vulneráveis à pobreza, ou seja, aquelas pessoas que tinham renda per capital inferior à metade do mínimo no período pesquisado. Esse percentual cresceu de 22,1%, em 2014, para 24,3%, em 2015. A renda média por pessoa no Brasil também apresentou o mesmo comportamento de queda no período analisado, indo de R$ 803,36 para R$ 746,84. Essa foi a primeira queda desde 2011.