Testemunhas relatam pânico
Nice (França) - 14/7/2016 86 mortes. Foi o primeiro grande ataque em que um militante do EI usou um veículo para atropelar inocentes. Berlim (Alemanha) 19/12/2016 Um caminhão foi atirado contra pessoas que andavam em uma feira de natal. Deixou 12 mortos e 48 feridos. Londres (Inglaterra) 22/3/2017 Centenas de pessoas testemunharam os ataques de ontem em Barcelona, em plena avenida Las Ramblas, uma das mais movimentadas da cidade, frequentada por moradores e turistas. “A van passou a dois metros de mim”, disse o argentino Bruno Cangiani, 30 anos, que passeava na avenida, juntamente com a mulher.
“Todas as pessoas começaram a correr, algumas foram para dentro de bares e restaurantes”, disse ele ao jornal El Diário. Bruno e a mulher decidiram ir para casa, situada a um quarteirão de distância do local do ataque. “Primeiro parámos numa esquina, a polícia demorou menos de cinco minutos a chegar”, lembrou.
O casal ouviu ainda aquilo que pareciam ser “disparos e explosões”. Depois, os dois compreenderam que o som eram as barracas de flores e de lembranças sendo derrubadas pela van. “Agora, estamos em casa. Não se pode sair à rua”, falou.
Joan Pere Magalef contou ao jornal La Vanguardia como se desviou da van quando estava sentado num banco. “De repente, ouvi um ruído muito forte, levantei-me num salto e fui para trás do banco. Nesse momento, uma grande van branca passa em grande velocidade”, contou. “Toda a gente gritava, mas ainda estava na parte inicial da rua e o carro não chegou a atropelar ninguém, o que só aconteceu foi mais adiante”, completou.
Dentro do Hotel Lloret Rambles, uma funcionária turista que se identificou apenas como Rebeca disse ter testemunhado o que se passou. “É trágico, vi muitas pessoas serem atropeladas, pessoas a correrem e chorar”, contou ao jornal. “A van desceu ao centro arrasando com todos”, disse. “Agora não podemos sair e os hóspedes estão nervosos porque não sabem onde estão alguns dos seus familiares”.
A jornalista brasileira Katja Polisseni se mudou para Barcelona há um ano. Ontem, ela disse que toda a rotina da cidade foi alterada devido ao ataque. “Aqui no bairro, além do barulho de alguns helicópteros e ambulâncias, os vizinhos, que aproveitam o longo dia de verão para ficar nas ruas, não saíram. Às 20 h levei o cachorro para uma voltinha e a rua estava deserta, um ou outro voltando para a casa. Todos estavam seguindo a sugestão da polícia, de sair de casa apenas se for imprescindível. contou a brasileira.