‘Tirar PMs da prefeitura e de postos é retaliação’, diz Neto
Um dia depois das críticas feitas pelo prefeito ACM Neto (DEM) à política de segurança pública no estado, o governador Rui Costa (PT) ordenou a retirada de grande parte do efetivo da PM que atua na proteção de postos de saúde, prefeitura de Salvador e Câmara de Vereadores. O ato foi classificado pelo democrata como retaliação por suas declarações sobre o avanço da criminalidade na capital e interior.
Avisado sobre a decisão, Neto reagiu duramente ao corte de policiais colocados à disposição da prefeitura e remunerados pelo município. Em vídeo divulgado no início da tarde em suas redes sociais, o prefeito atribuiu a medida às críticas feitas por ele na inauguração de um posto de saúde no Bom Juá, quando sugeriu a demissão do secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e do comandante-geral da PM, Anselmo Brandão.
“Fiz um pronunciamento cobrando do governo providências a respeito da situação da segurança em Salvador e no estado. Infelizmente, a criminalidade e a violência vêm tomando conta das ruas da cidade. E o que fez o governador diante da minha cobrança, que não foi apenas em meu nome, foi em nome de milhares de baianos? Foi determinar a retirada de mais da metade dos policiais que estão à disposição da gestão nos postos de saúde do município e na proteção institucional da prefeitura”, afirmou.
No vídeo de dois minutos, ACM Neto manda pela primeira vez um recado direto para seu eventual adversário na corrida pelo governo da Bahia: “Se o senhor acha que isso vai calar a minha voz, que não vou ter coragem de falar, em nome dos baianos, dos problemas da segurança pública, está muito enganado. Tenha certeza que a minha voz será sempre a voz dos baianos, e eu vou continuar cobrando do governo do estado, que vem perdendo a batalha para o crime, que comece a tomar providências”.
Em tom político, o prefeito faz também menção indireta ao provável confronto com o petista em 2018. “Então, tanto o senhor quanto o secretário da Segurança Pública, ao adotarem essa medida, só aumentam ainda mais a minha responsabilidade com Salvador e com a Bahia de ajudar todo esse povo a superar o problema da segurança pública em nosso estado”.
Corte ocorre após prefeito criticar a segurança pública do governo Rui
CORTE
No total, 35 PMs trabalhavam na segurança em unidades do SUS, do gabinete do prefeito e do Palácio Thomé de Souza. O número inclui oficiais de variadas patentes, sargentos e soldados, cedidos pelo governo estadual. Agora, Assistência Militar municipal só terá à disposição 15 policiais, quantidade considerada pela administração do democrata insuficiente para cuidar dos postos de saúde e da proteção da prefeitura .
Após a reação de ACM Neto, aliados do prefeito elevaram também o tom contra a decisão de Rui Costa. “A retirada dos PMs a serviço da prefeitura é uma retaliação mesquinha e re-